domingo, 6 de novembro de 2011

Opeth - Heritage

Confesso que eu realmente não sei por onde começar essa post... O principal motivo pra isso é que estou tentando resenhar este disco há um bom tempo, mas queria fazer isso da forma mais coesa e imparcial possível. Pra quem ainda não sabe, eu sou um fã de carteirinha do Opeth e um admirador ferrenho de música progressiva! Isso por si só já me desqualifica (em parte) pra falar deste disco especificamente. Bom, vamos lá mesmo assim!


A primeira coisa que nos chama atenção logo de cara é essa capa psicodélica que remete automaticamente ao rock progressivo da década de 70. Isso já foi mais suficiente pra deixar os fãs de cabelo em pé (inclusive eu). Como se não bastasse, o líder do grupo Mikael Åkerfeldt (vocal/guitarra) resolveu anunciar que este álbum não contaria com os habituais vocais guturais que já é (ou era) uma das principais referencias quando se fala em Opeth.
Agora vamos ao conteúdo do disco (ah! o conteúdo). Pois bem, leitores, o que encontramos aqui é uma banda completamente diferente, mas ainda assim, a mesma! Difícil de entender? Eu explico. Em Heritage temos um certo abuso de experimentações e muita (muita mesmo) progressão. Mesmo assim, nota-se a "jeito Opeth" de fazer música progressiva. Eu considero algo diferente de tudo que a banda fez até hoje. É um disco pra ser "degustado" lentamente e acho bem difícil - pra não dizer impossível - que alguém acostumado com músicas mais diretas goste desse álbum.
A primeira faixa, "Heritage", meio que nos prepara pro que está por vir. Uma pequena faixa instrumental, uma introdução simples e calma. Em seguida temos a primeira música divulgada antes do lançamento oficial: "The Devil's Orchad". Logo de início já somos bombardeados com uma pegada "jazzistica", algo que se mantém ao longo de toda a música. Têm-se logo de cara a sensação de voltar no tempo, esta é a primeira coisa que vem à mente sem sombra de dúvidas! Através dos seus quase sete minutos, "The Devil's Orchad" abusa de contratempos (principalmente na bateria). Em determinados momentos, percebe-se também um sutil flerte com o Avant-Garde e muitos toques psicodélicos. Esta faixa define bem o que você vai encontrar pela frente, aconselho que a ouça pelo menos duas ou três vezes antes de passar para a próxima e se não gostar dela, pode parar poraí mesmo! (rsrs)
"I Feel The Dark" traz um clima mais melancólico. Uma música densa e pesada com belíssimas passagens de violão. Destaque ainda na passagem mais "agressiva" que faz a música crescer bastante e acrescenta um toque todo especial. Em "Slither" já percebe-se uma pegada mais influenciada pelo hard rock setentista. Apesar de ser uma ótima faixa, considero a única que soa um tanto quanto fora do contexto geral do álbum, não tendo nenhum propósito de estar ali.
A quinta faixa, "Nepenthe", já retoma o clima progressivo do álbum, acrescido ainda a mais elementos jazzísticos e psicodélicos. O mesmo se repete em "Häxprocess", que parece mais uma extensão da música anterior. Vale ressaltar todo o trabalho da cozinha, o entrosamento e as dobradinhas entre baixo e bateria são excepcionais!
A sétima música do disco, "Famine", continua mantendo o clima obscuro criado na faixa anterior. Porém, a maior canção do álbum nos mostra mais experimentações inesperadas e surpreende pela ousadia. Com uma pequena introdução fazendo uso de percussão "tribal" a banda consegue montar uma pegadinha, por assim dizer. Digo isso pois, logo após esta pequena intro, temos uma mudança pra linhas de piano bem suaves que preparam o terreno pra Åkerfeldt fazer a parte dele, mais uma vez num tom completamente imerso em melancolia. Porém, essa calmaria melancólica não dura muito! Por volta dos 3 minutos temos uma progressão  brusca e inesperada, a música cresce no contexto geral e nos atira no meio de contratempos jazzísticos temperados com psicodelia. O ponto que eu PRECISO destacar nesta música é, sem sombra de dúvidas,  o solo de flauta contrastando sobre um riff "carregado" e obscuro. Pra quem curte experimentação e coisas inesperadas, "Famine" é um prato cheio!
O que fica evidente a cada faixa que passa é a forte influência do Jazz, em especial na bateria e no baixo. Acho que todos hão de concordar nesse quesito. "The Lines In My Hand" comprova isso sem deixar espaço pra dúvidas. A menor música do disco (sem contar a intro), apesar de ter uma pegada mais "animada", consegue se destacar pela imprevisibilidade constante nas linhas de bateria e pela quantidade de informação apresentada em um curto espaço de tempo. Arrisco-me a dizer que seja uma das melhores do álbum!
Mantendo a pegada de Jazz misturado com psicodelia, temos "Folklore", a segunda maior faixa. Ainda mais experimental e acrescida de algumas pitadas de Blues. Belíssima música.
A fabulosa instrumental "Marrow Of The Earth", surpreende pela sua gama de influências apresentadas de forma tão simples e "limpa". A faixa mais melancólica e bonita encerra o álbum com chave de ouro. Difícil de se descrever a sensação que se tem ao ouvi-la. Ouça e vai descobrir do que estou falando.
Ao fim de "Heritage", a primeira coisa que poderá vir a mente é: "mas que p*&%# foi essa?". É realmente assim, este álbum não é algo à ser assimilado logo na primeira audição. Se você espera algo acessível, melodioso e de fácil compreensão... passe longe de Heritage! Este álbum é diferente de tudo que vem sendo feito na música contemporânea em geral, de modo que não há parâmetros comparativos pra que possamos ter uma base geral da obra. Com pouquíssimos elementos de Heavy Metal, com certeza absoluta este disco não vai agradar aos mais puristas. Então, se você se enquadra neste grupo, passe longe também. 
É preciso ouvir várias vezes e prestar bastante atenção à todos os pequenos detalhes para poder entender o que é Heritage. Uma audição rápida e superficial certamente não será o suficiente para compreender toda a complexidade deste álbum, complexidade esta que vai da capa até ultima nota da ultima música.
Eu preciso reconhecer que eu, mesmo sendo um fã da banda, tive a sensação de estranheza ao ouvi-lo pela primeira vez. Porém, após várias audições e reflexões sobre o que estava ouvindo, consegui formar uma opinião concreta. E a minha conclusão foi a seguinte: Åkerfeldt é um gênio louco! É, isso mesmo! É surpreendente a coragem e a criatividade dele na concepção de Heritage. Algo realmente fora do comum se levado em consideração tudo que ele, junto com a banda, vem fazendo ao longo desses vinte anos de carreira. Com toda a certeza este lançamento irá dividir opiniões, conquistar novos fãs e perder os mais antigos, mas creio que o Mikael já tinha isso planejado.
Finalizando, eu NÃO recomendo esse disco. Pelo menos não recomendo pra qualquer um, pois não serão todos que terão a paciência e a atenção em tentar compreender todas as informações aqui apresentadas. É um álbum excepcional e sem igual, mas não vai agradar à todos os fãs da banda e/ou de Heavy Metal.
Ouça Heritage por sua própria conta e risco e tente decifrá-lo. Uma coisa eu posso garantir: Ou você vai amá-lo ou vai odiá-lo.
Não acredita no que eu digo? Então confira o primeiro video clip de "The Devil's Orchad". E boa sorte =P



sábado, 5 de novembro de 2011

Metropolis - Teaser da nova demo

Então galera... Mais uma vez aqui pra mais um post! Desta vez pra fazer algo que ainda não fiz aqui no blog. O que seria? Beeeem... pela primeira vez irei postar algo diretamente relacionado a mim. Pra ser mais exato, vou  divulgar algo da banda a qual faço parte, a Metropolis (claro que vocês já haviam notado isso =P).
Como estamos às vésperas de lançar a primeira demo comigo nos vocais, achei apropriado usar o blog pra vender meu peixe, afinal eu também sou filho do Deus Metal né (rsrsrsrs).
Na ativa há cerca de sete anos, a Metropolis surgiu no cenário underground soteropolitano com a proposta de tocar Metal Progressivo, mesclando-o com sonoridades distintas e variadas que passam por diversas vertentes do Rock e Heavy Metal, adicionando ainda, sutis - porém perceptíveis - tendências de World Music. Por volta de Junho à Julho de 2011, este que vos escreve fez um teste e foi aprovado para ser o novo vocalista. Após alguns ensaios e shows, decidimos lançar uma nova demo pra apresentar esta nova formação e as mudanças na sonoridade que resultaram disso tudo. O resultado parcial vocês podem conferir no pequeno teaser que segue logo abaixo. Espero que vocês gostem!


No dia 26 de Novembro faremos uma apresentação que também serve de pré-divulgação desse material. Conforme o processo for adiantando, iremos postar tudo no blog oficial da banda http://metropolis-metal.blogspot.com/ é só ficar atento às novidades por que teremos muitas, posso garantir!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Zombie Walk Salvador 2011!

E novamente, às proximidades do Halloween, aconteceu mais uma edição da Zombie Walk Salvador. No dia 29 de Outubro os zumbis saíram de suas covas e invadiram a terra do axé para espalhar o terror denovo (rsrsrs). Desta vez, este que vos escreve resolveu se envolver mais no processo, na mobilização e divulgação - além de engrossar as fileiras zombies devidamente caracterizado!
Assim como nos anos anteriores, a concentração aconteceu na praça do Campo Grande, onde os zumbis se prepararam  pra invadir a cidade.

Numa espécie de maquiagem coletiva, os zombies mais experientes ajudaram os recém chegados, deixando-os devidamente "arrumados" para a ocasião. Assim como no ano passado, irei postar algumas fotos tiradas pelos participantes e espectadores ao longo do percurso que saiu numa caminhada rumo ao farol da Barra.
Desta vez, tivemos fotógrafos profissionais registrando o evento, além de um cinegrafista que conseguiu colocar os zombies na grade da TV Aratu! O video também será postado aqui! Então vamos ao que interessa.... as imagens!

Grande Merlim ajudando os recém chegados.



Puutz! Essa me convenceu!
essa já é de casa.
cuidado, tiozinho!
braaaaains!
Rob Zombie???
grooooooooooom
BrainShake - servidos?
Zombie Love - Pt 1
Zombie Love - Pt 2
Caution! Zombies Crossing!
Caution! Zombies Crossing
Bite me 1

Bite me 2
Nota: Essa sequencia de fotos soberbas postadas acima são cortesia do Iuri Nogueira que disponibilizou algumas imagens no site dele (link no fim da matéria).


Eu com Rob Zombie =P

Então é isso, o evento foi um sucesso e foi muito bom participar mais uma vez! Agora é esperar pelo próximo. Ah, antes que eu me esqueça... Esta 5ª edição do ZW Salvador contou com 150 zumbis! Pelo visto a praga se propaga com uma velocidade enorme de um ano pro outro (em 2010 tivemos apenas 80 Z-Walkers). Com certeza, no próximo ano podemos esperar algo ainda maior hein!
Para maiores informações, fiquem ligados na comunidade do Orkut Zombie Walk Salvador e no grupo do Facebook Zombie Walk Salvador. A seguir, confira um pequeno teaser que foi ao ar pela TV Aratu sobre o evento. Todos os créditos pelo mesmo vão para o participante do grupo no Facebook, Gustavo Korontai.

Puutz! Isso ficou muuuito bom hein? Caramba, curti muuito!!! Então, pessoal... nos vemos na próxima edição do Z-Walk Salvador!!!


Links:
http://www.youtube.com/user/gustavokorontai
http://iurinogueira.tumblr.com/
http://thyvamp.blogspot.com/

flyer 2011

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Heavy Metal: Os destaques de 2011 (Pt. 3)

Continuando esta sequência de posts que falam um pouco sobre alguns dos álbuns que mais me chamaram atenção durante o ano decorrente, agora estamos nos aproximando mais dos "badalados". Esta banda de que irei falar agora com toda a certeza não poderia ficar de fora desta lista! Apesar de ser uma banda não tão conhecida (eu mesmo confesso que conheço bem pouco), este disco merece todos os tipos de louvores possíveis e, por que não, um belo "putaquepariu, mano!". 
Scurrilous

A banda a que me refiro é o Protest The Hero e o disco é o Scurrilous. Oriunda de Ontário, Canadá, o grupo teve início em 1999 sob o nome de Happy Go Lucky, mudando de nome em 2002 e lançando seu primeiro registro no ano seguinte, o ep A Calculated Use Of Sound. Os caras fazem um som completamente diferente de tudo misturado com tudo, deu pra entender? Calma, irei simplificar... Basicamente, o Protest The Hero faz um Metal Progressivo diretamente influenciado pelo Power/ Speed Metal. Ai começa o problema! Isso porque além de fazer um som extremamente técnico e progressivo, é nítida a influência de outras tendências mais modernas como o Deathcore, Groove e Match Metal! São 44 minutos intensos de pancadaria sonora! É tudo muito bem executado e bem "amarrado", as músicas são complexas mas sem soar caricatas ou chatas. O mais impressionante é a forma como as faixas transcorrem de uma maneira tão fluida e agradável, mesmo com tantas informações sendo despejadas por segundo em nossos ouvidos. Logo na primeira faixa, C'est La vie, já se nota o quão F*&% é esse registro, logo em seguida temos Hair Trigger dando sequencia à porradaria! E assim segue durante todo o disco. A palavra que pode defini-lo melhor é "excepcional", não consigo pensar em outra coisa! Outro ponto a ser destacado são as estonteantes e animadas linhas de vocal, um diferencial a parte que proporciona à banda um diferencial à parte. Bem, não irei me prolongar mais, até por que não é necessário. Se você, caro leitor, é fã de Metal Progressivo e tem a mente aberta pra novas experimentações, Scurrilous é RECOMENDADÍSSIMO! Se você não curte o gênero mas aprecia uma boa música, vale muito a pena conferir também!



Omnivium
No mesmo mês em que Scurrilous foi lançado, uma banda de peso e extremamente técnica também liberou um novo full de inéditas. Estou falando do Obscura, banda de Technical Death Metal vinda da Alemanha que lançou Omnivium, sucessor do excelente Cosmogenesis e terceiro álbum de sua carreira. Aqui a banda mantém basicamente a mesma formula usada no seu predecessor, porém, com uma pegada mais progressiva e algumas experimentações. Aparentemente, em Omnivium, o grupo resolveu investir (mais ainda) numa sonoridade mais trabalhada e técnica, enfatizando melodias mais limpas, aproximando o trabalho do Progressive Death Metal sueco. Logo de cara temos a excelente e diversificada Septuagint com seus 7 minutos de duração que junto com Aevum e A Transcendental Serenade, são as maiores do play. Algo que vale ser ressaltado é a qualidade e o nível das composições! Altamente recomendado pra quem curte Metal Extremo, em especial Technical e Brutal Death! 

Khaos Legions

Pulando de Março direto pro mês do meu aniversário, fui presenteado da melhor forma possível pra um fã de Metal, com uma sequência de lançamentos que me deixaram apreensivos e de cabelo em pé. Alguns compensaram, outros nem tanto... Começando pelo Khaos Legions do Arch Enemy que saiu no dia 7 de Junho. Esse álbum criou uma expectativa enorme tanto em mim quanto nos fãs da banda. O principal motivo disso eram as declarações que os membros da banda - em especial a frontwomen, Angela Gossow - soltaram durante o processo de produção, gravação, etc. Confesso que de primeira fiquei um pouco decepcionado quando ouvi o play. Não porque as músicas sejam ruins, mas sim pela expectativa criada em consequência da propaganda exagerada que foi feita por Angela e seus companheiros de banda. Adjetivos atribuídos ao trabalho por eles que exaltavam o disco como o mais agressivo e mais pesado da carreira, causaram uma certa... decepção, digamos assim. Gostaria de deixar bem claro que eu gostei bastante do play, mas achei que houve um pouco de propaganda exagerada. Propagandas estas que deram a entender que a banda viria a todo o vapor cheio de novidades, o que não aconteceu. O que temos em Khaos Legions é o Arch Enemy de sempre, sem tirar nem por nada. Tudo muito bem executado, músicas seguindo a mesma estrutura padrão e solos repletos de feeling, do jeito que só os irmãos Amott sabem fazer. De forma que o oitavo registro dos suecos não traz nada de inovador ou extraordinário, se você ouviu os ultimos trabalhos do grupo, então já conhece o que vai ouvir em Khaos Legions. Isso é ruim? Bem... ao meu ver não. Confesso que não achei o álbum tão impactante quanto Anthems of Rebelion ou  ainda o Doomsday Machine, mas isso não tira os méritos do trabalho. A única ressalva negativa que realmente me incomodou foram os excessos de "efeitos especiais" no vocal da Angela, ficou muito carregado, soando um tanto quanto artificial. Os destaques do disco na minha opinião são No Gods, No Master que me lembrou antigos sucessos da banda, a insana Cruelty Without Beauty juntamente com Cult Of Chaos e Vengeance is Mine. No mais, é um bom disco (na verdade excelente), em especial se você for um fã da banda. Ouça e tire suas conclusões.


Sounds of a Playground Fading
No dia 15 do mesmo mês (e coincidentemente meu aniver), foi lançado o novo de outra banda de Melodic Death também (não tão Melodeath ultimamente), o In Flames. Eu não irei falar sobre ele, pois ainda não ouvi pra tirar uma conclusão. Mas assim que o fizer, irei incluir aqui. Sounds of a Playground Fading é o décimo álbum do In Flames e o primeiro sem o guitarrista Jesper Strömblad, que deixou a banda em Fevereiro de 2010.
The Lotus Effect
Na mesma semana, mas especificamente dois dias depois, vieram mais três lançamentos MATADORES! Não há outra palavra que defina melhor. Em um único dia foram três nomes de peso (muito peso mesmo), liberando material de inéditas. Um desses nomes foi o Sun Caged com o The Lotus Effect. Não irei me aprofundar neste disco também por que os outros dois que saíram no mesmo dia ofuscaram completamente a divulgação do terceiro trabalho desta promissora banda de Metal Progressiva oriunda dos Países Baixos. O Primeiro "peixe grande" que soltou material novo neste mesmo dia, foram os gigantes do Power Metal Sinfônico, os italianos do Rhapsody Of Fire. O segundo nome... O segundo nome... bem... nada mais nada menos que Symphony X!!! Covardia, hein?!

Por enquanto irei parar por aqui pois, pra falar sobre esses dois petardos, preciso de muita calma e cuidado, em especial pra falardo SX e seu Iconoclast!
Então fiquem ligados nos próximos posts, pois o melhor está por vir!!!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Heavy Metal: Os destaques de 2011 (Pt. 2)

Depois de um hiato forçado nos posts do blog, hoje eu irei retomar a sequência de matérias referentes aos lançamentos que me chamaram atenção durante esse ano e alguns que eu estava ansioso por ouvir . Acredito que a maioria das pessoas que acompanha o blog também esperava impaciente por alguns desses, tentarei descrever um pouco da primeira impressão e da emoção que foi pra alguns (e pra mim) a audição de determinados álbuns lançados ao longo de 2011. Então vamos ao que interessa: as bandas!
Pois bem, começarei hoje com uma banda que até o inicio do decorrente ano, era um tanto quanto desconhecida por mim, Sirenia.

The Enigma Of Life
The Enigma Of Life é o quinto álbum full-lenght desta banda de Gothic Metal vinda da Noruega. O Sirenia foi criado logo depois da saída de Morten Veland do Tristania. Basicamente, as bandas possuem as mesmas características comuns do gênero. Porém, o Sirenia investe mais em uma sonoridade mais "clean", por assim dizer, suas composições fazem maior uso de elementos sinfônicos, dando uma ar mais "grandioro" às suas músicas, além de não tender tanto pro Death Metal, como é o caso do Tristania. Confesso que não sou um grande entusiasta do Gothic Metal e seus sub-gêneros (o que me fez demorar um pouco para escutar com atenção esse disco), no entanto, The Enigma of Life merece com toda a certeza ser ouvido e apreciado por todo fã de Heavy Metal. Fazendo uma comparação com os trabalhos anteriores é possível notar uma certa mudança na sonoridade da banda, que agora resolveu investir em um Symphonic Metal mais encorpado com músicas um pouco mais pesadas e não tão arrastadas, como é de praxe no estilo. Um ponto que vale ressaltar são as melodias de vocal e a belíssima voz da cantora espanhola Ailyn! Ela soube muito bem explorar todo o seu potencial sem soar caricato ou enjoativo. As melodias vocais também ficaram ótimas. A banda soube muito bem fazer uso de todo seu arsenal! Belíssimo trabalho, vale muito a pena conferir!
Relentless, Rickless Forever

No dia 2 de Março, os finlandeses do Children Of Bodom disponibilizaram o petardo Relentless, Reckless Forever. O sétimo disco da carreira do grupo é um dos quais eu aguardava também, é paulada atrás de paulada, por assim dizer. É impossível ouvi-lo e ficar parado! Dessa vez a banda investiu numa sonoridade mais enfática nos riffs e repleta de partes cadenciadas - muito bem preenchidas por linhas de teclado na hora certa. Apesar de manter o som característico dos "garotos" de Espoo, é possível se notar a diferença do álbum se comparado com o trabalho anterior, o Bloodrunk. Se no disco antecessor a banda investiu numa "volta às raízes", desta vez a coisa foi diferente. Em Relentless, Reckless Forever temos riffs mais pesados aliados a passagens de groove e toques sutis de Technical Death Metal - nada que se note logo de primeira, mas está lá. Eu sou suspeito pra dizer, mas me arrisco a dizer que RRF é um dos melhores e mais completos trabalhos do Children Of Bodom desde o Hate Crew Deathroll. Vale a pena prestar uma atenção especial nas faixas Not My Funeral, Pussyfoot Myss Suicide, Cry of the Nihilist, Was It Worth It e no inusitado cover, Party All The Time de ninguém menos que EDDIE MURPHY! Aliás, covers inusitados (pra não dizer bizarros) vem se tornando uma marca registrada da banda nos ultimos anos. Certamente nenhum de vocês que está lendo esta matéria neste momento, conhece essa música do Eddie Murphy. Por isso, resolvi deixar aqui como bônus - garanto que vai ser difícil conter as gargalhadas! 


Fala sério, hein? Esse é o tipo de coisa que jamais iríamos imaginar! rsrsrsrs. Com isso eu encerro o post de hoje. Depois de rir tanto ao ver esse vídeo, não tenho condições de continuar escrevendo! =P


Angra No Rock In Rio (Pt. 2)

Só pra dar sequência ao post anterior que tratou superficialmente da participação da banda Angra no Rock In Rio 4, irei postar o pronunciamento oficial do vocalista Edu Falaschi. Isso ainda vai dar muito pano pra manga, mas por ora vamos analisar apenas por alto. Segue a carta aberta abaixo.



EDU FALASCHI: pronunciamento oficial para a imprensa
Segue carta aberta do vocalista das bandas Angra e Almah, EDU FALASCHI, para a imprensa mundial.

"Caros amigos,

Finalmente, eu gostaria de esclarecer alguns fatos em relação a minha voz com toda a sinceridade, humildade e integridade que eu possa ter.

Por mais de 20 anos eu trabalhei sem um dia de descanso dentro do Heavy Metal, do qual todos sabem do grau de dificuldade e das exigências técnicas do estilo. Ao entrar no Angra tive ainda que me adequar a uma forma de cantar particularmente aguda e totalmente fora da minha tessitura, e da grande maioria dos cantores! Na época, assumi a bronca e encarei toda a pressão. Porém, há 10 anos era bem mais fácil devido ao fator físico, empolgação e idade. Fui ano após ano sentindo, progressivamente, as dificuldades de se cantar algo tão agudo e fora da minha característica natural. Lutei até o fim! Fiz o possível e o impossível para continuar a cantar bem as músicas do Angra, principalmente as mais antigas, sempre em tons altos, pois o público do Metal Melódico sempre "exigiu" isso de nós cantores. Mas infelizmente, hoje, mais velho e mais experiente, devo assumir que não estou mais apto a cantar tão agudo.

Estou extremamente cansado e sentindo o peso de tudo isso na minha própria voz, inclusive na região que sempre foi o meu forte! Sou um cantor barítono que domina a região dos médios, graves, drives e o canto com voz de peito com conotação mais agressiva, assim como eu fazia no Symbols e faço no Almah atualmente. Conquistei muitas coisas e construí grande parte da minha história vitoriosa com meu próprio perfil, que é o meu forte!

Enfim, tomei uma decisão, pensando única e exclusivamente na saúde da minha voz e na integridade da minha carreira, que construí com tanta luta e dedicação. Após cumprir todas as atividades de divulgação do “Motion”, pré-agendadas até o fim do ano, vou parar por tempo indeterminado para finalmente descansar, e poder tratar definitivamente da minha saúde. Mas devo já salientar que, a partir de hoje, só vou cantar o que estiver dentro da minha tessitura natural, seja no Angra ou em qualquer outra banda, para o meu próprio bem! Quero voltar a ser o que eu realmente sou, em vez de ser o que as pessoas desejam que eu seja! Nesse meio tempo, vou seguir com minhas atividades como produtor e compositor, que são coisas que amo fazer, e que não atrapalharão em nada o progresso da minha recuperação.

Muito obrigado do fundo do meu coração a todos os fãs que sempre me apoiaram e incondicionalmente me defendem! Farei sempre o meu melhor cantando e compondo por vocês e pela boa música, com toda minha verdade e emoção! Eis o primeiro passo de uma nova fase na minha vida! Tenho confiança no futuro, e serei sempre um apaixonado pelo estilo musical mais foda do mundo, o Heavy Metal!"

EDU FALASCHI

Pois bem... eu acredito que isso ainda vai dar muito o que falar. Particularmente, eu acho louvável a posição do Edu em assumir que pra ele já tá complicado fazer determinados esforços. Ele já provou por diversas vezes ser um excelente vocalista e um frontman de primeira linha, não há mais necessidade de provar nada a ninguém (na verdade, há muito tempo que nãohá essa necessidade). Como fã e admirador do trabalho dele, desejo toda sorte e sucesso e que ele continue fazendo música de primeira e se empenhando mais e mais pelo Heavy Metal nacional como vem fazendo!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Angra no Rock In Rio

Depois de tanta repercussão, críticas (em sua maioria destrutivas), etc. culminando com uma carta da própria banda e do vocalista Edu Falaschi logo em seguida, resolvi comentar também.

Abaixo segue a carta aberta que a banda publicou:

¨Uma tarde que será lembrada para sempre!
No último domingo, dia 25 de setembro, celebramos os 20 anos de carreira do ANGRA  com um show inesquecível no Rock in Rio 2011. Um momento que será memorável para todos nós. Não só pelo glamour, pela honra de participar de um dos maiores eventos musicais do mundo, ou pela nossa performance (que não foi das melhores), mas pela evidente dificuldade de ser uma banda de Heavy Metal no Brasil. Diante de um público presente de cerca de 60.000 pessoas nas bilheterias da Cidade do Rock e sendo televisionado em rede nacional para milhões, nós do ANGRA tivemos as vísceras expostas numa luta heróica de 60 minutos contra problemas técnicos no palco e na transmissão para a TV e internet, que não estavam ao nosso alcance resolver.
Não perdemos a moral por que sabemos o que representamos. E que não recuamos com o nosso propósito diante das microfonias, das quedas de sistema de amplificação, das falhas das equipes de apoio, ausência de retorno no palco e in-ears, etc. Isto prejudicou muito a nossa apresentação, mas não diminui o honra de estar lá e de representar o Metal no seu dia no Rock in Rio.
Chegamos aos 20 anos de banda orgulhosos de nossa história - cheia de altos e baixos - com uma enorme coleção de vitórias para o Metal nacional. Ajudamos a abrir portas para novas bandas serem respeitadas no exterior. Mostramos que os brasileiros são cheios de potencial e talento. Enfrentamos várias modas que vieram e se foram: o grunge, o Indi, o Emo, Nu-Metal, “new-isto” e “pós-aquilo”. Estilos que nem existiam quando começamos. Ficaremos felizes em saber que contribuímos para que as futuras gerações de bandas “penem” menos do que nós.
Foi uma realização poder mostrar para o grande público um pouco do que é o Metal nacional hoje no Brasil, juntamente com os gigantes Sepultura e Korzus. Enchemos o palco Sunset mostrando o quanto somos respeitados e amados. Ficou evidente nossa constante guerra contra as adversidades e como não nos abalamos nos momentos difíceis. O ANGRA, depois de 20 anos, é conhecido mundialmente com turnês que viajam por todos os continentes e, no entanto, ainda é subestimado pela grande mídia e por alguns grandes empresários. A falta de apoio impede que possamos ampliar nossa estrutura, mas o amor pela música é o que continua nos movendo acima de tudo. Somos como uma grande banda de garagem, com estrutura familiar e paixão pelo que fazemos.
O Rock in Rio promete ser bienal agora, e o ANGRA ajudou a mostrar aos promotores do evento que o Heavy Metal é mais do que indispensável em todas suas edições, pois os fãs são fiéis e realmente dão total apoio aos seus ídolos em todos os momentos!
Queremos agradecer ao convite e a oportunidade de participar do Rock in Rio 2011 que, desde 1985, alimenta em cada um de nós o sonho de fazer da música nosso caminho, nossas carreiras. O Rock in Rio transformou o Brasil numa parada obrigatória para os maiores artistas nacionais e internacionais. Muito obrigado a todos que contribuíram e trabalharam para que este sonho fosse possível. O Medina, a Monika Cavalera, o Zé Ricardo, a Tarja Turunen, Amon Lima, toda a nossa equipe, etc.
Porém, mais importante do que todos estes, agradecemos aos fãs que souberam relevar as dificuldades que sofremos durante nossa fatídica apresentação e conseguiram sentir a raça e o comprometimento que nos envolve em cada um destes momentos. Agradecemos profundamente a todos aqueles que sabem que somos humanos e não esperam que sejamos semi-deuses perfeitos em um Olimpo inatingível. Muito obrigado àqueles que sabem que estes mitos não existem e nos percebem de maneira realista, de carne e osso, e ainda assim nos apoiam e nos amam.
Muito obrigado!”
Assinado por banda ANGRA


Baseado nisso, eu repito e reforço as palavras que disse no forum do site Whiplash:
"Não entendo essa mania de as pessoas acharem que seus ídolos não podem cometer erros. Pra mim, o Angra pode cair aos pedaços, mas se eu entender que eles ainda gostam do que fazem e se esforçam pra fazer o seu melhor, continuarei apoiando. O que as pessoas não entendem é que todo mundo é propenso ao erro, é isso que define HUMANIDADE. Parecem não entender também que, como qualquer outra pessoa normal, o artista se estressa, fica nervoso, se exalta, etc... e logicamente, quando não se está em um bom dia, nada sai do jeito que se espera. Fica a dica: se pra vc o Angra não é mais o mesmo, não presta, se vc está insatisfeito com Edu na banda... é bem simples: NÃO COMPRE OS CDS E NÃO VÁ AOS SHOWS e parem com essa ladainha que já deu tudo que tinha que dar (e que perdura desde 2001). Todo mundo tem livre arbítrio pra escolher o caminho que deve seguir. O Angra vai continuar, o Andre não vai voltar, o Edu não vai sair (pelo menos até então é isso que subentende-se) e a vida continua! Eu sei que eu, como fã de heavy metal e da boa música, admiro ainda mais a banda pela força e pela garra. Afinal, uma banda que conseguiu se manter mesmo depois de perder 80% de sua formação, uma banda que comeu o pão que o diabo amassou naquela situação infeliz que a fez paralisar as atividades, que tinha tudo pra dar errado e ainda luta num cenário desfavorável (que ainda conta com uma ajudinha de fãs ingratos)... Bem, uma banda dessas merece todo o meu respeito acima de qualquer coisa."

Ontem o vocalista da banda, Edu Falaschi, disponibilizou em seu site oficial e no da assessoria de imprensa, um comunicado importante sobre o ocorrido e, também, sobre sua saúde e próximos passos em relação a sua carreira musical. No próximo post eu detalho esta carta aberta que pode mudar a história da banda definitivamente.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Claustrofobia: Metal+Samba em Teaser do novo álbum

Isso mesmo que você leu acima, o próximo disco do Claustrofobia, vai ter essa inusitada mistura. Confesso que quando vi essa nota no site da Whiplash fiquei realmente muito surpreso e curioso. Também não é pra menos, visto que o Claustrofobia é conhecido em todo o território nacional (e internacional) por fazer um som extremamente pesado, onde se destacam as influências do Thrash e Death Metal.
Pra ser sincero, eu jamais imaginei ver (ou ouvir) algo tão ousado por uma banda desse porte. A primeira coisa que chamou atenção logo quando foi divulgado o lançamento do "Peste", é que o mesmo seria todo cantado em português. É isso, meu povo, este vai ser um disco 100% brazuca, e com um "tempero" a mais.
Bem... agora vamos ao que interessa: O teaser! Esta semana foi liberado no youtube um video-teaser com um trecho da faixa "Nota 6.66" onde a banda faz uma experimentação com o som a que estamos habituados e samba raiz. Eu não irei falar muito sobre ele, confira o video abaixo que é melhor! 
  Certo que um video teaser não é o suficiente pra julgar uma música inteira. Mas só por esse trecho já dá pra sentir a pedrada (no melhor sentida da palavra) que nos aguarda! Pros mais conservadores e extremistas que condenam esse tipo de mistura inusitada, devo dizer que devem começar a mudar seus conceitos urgentemente, por que pra uma banda de Metal Extremo fazer algo assim aqui no Brasil, tem que ter muito colhão, meu véio! 
É sempre bom ver bandas que ousam sem medo e investem em novas sonoridades. Afinal, não foi assim que Sepultura e Angra mostraram que no Brasil existe Metal de qualidade? 
Conforme noticiado pelo site Whiplash, "A idéia em mesclar samba com metal é um desejo antigo da banda e finalmente foi concretizada no melhor estilo "metal brasileiro puro", trata-se de um samba tradicional, com cuíca, tamborim, surdo, mas também guitarras incrivelmente pesadas. Essa é a típica trilha sonora do brasileiro feliz em seu habitat abençoado, comendo seu churrasquinho e tomando uma pinga, enquanto o mundo desaba ao seu redor", palavras de Marcus D'Angelo.

Essa empreitada ousada, e porque não dizer arriscada, do Claustrofobia, com certeza absoluta os eleva ao patamar de nova referência em metal brazuca legítimo. É isso mesmo, acredito que esse disco vai projetar o Claustrofobia ainda mais e chamar atenção de algumas pessoas que acham que no Brasil só existe Angra e Sepultura.

"Peste" é o quinto álbum de estúdio da banda e será lançado pela gravadora "Sangre" no mês de Outubro. Agora é só aguardar pra conferir mais esse trampo dos caras!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Heavy Metal: Os destaques de 2011

Bem... estamos bem próximos do fim de 2011, mais especificamente em setembro. Setembro é o mês de alguns dos lançamentos mais esperados no Heavy Metal. Alguns dos mais polêmicos também. Esse ano teve mudança como a palavra-chave. Além de algumas bandas darem uma reformulada geral na sonoridade, ainda tivemos novos integrantes que passam e passarão por suas provas de fogo ao substituir alguém.
Posso até estar errado, mas com certeza os discos que ganharam maior destaque em 2011, mesmo antes do lançamento, foram de bandas como Dream Theater (não preciso nem dizer por quê), Opeth, Symphony X, Symfonia, entre outros.

Vou começar por esse ultimo que teve bastante repercussão, o Symfonia, nova banda de Andre Matos.
In Paradisum
O Symfonia começou em 2010, quando Timo Tolki (ex-Stratovarius,ex-Revolution Renaissance) juntamente com Andre Matos (ex-Angra,ex-Shaman,etc.), anunciaram a criação de um "supergrupo" com ex-integrantes de outras bandas famosas como Helloween e Sonata Arctica.
Com esta premissa, criou-se uma grande expectativa na espera pelo disco que viria a sair em 2011, In Paradisum. 
Eis que no dia 1º de Abril (sugestivo, não?), o álbum é lançado causando um alvoroço sem tamanho. Dezenas de fãs ouriçados despejaram toneladas de críticas ao disco e à banda. Entre as principais críticas estavam: 'mais do mesmo',  'bom disco, mas lançado na época errada', 'Stratovarius com Andre Matos no vocal', 'Stratomatos', e por aí vai.
Alguns desses comentários até possuem lá seu fundamento. Mas o que me deixa realmente intrigado é essa "inflamação" desnecessária por parte dos fãs. Este disco correspondeu exatamente ao que eu esperava. Quem conhece o trabalho e a forma de compor do Tolki (sem contar o seu autoritarismo), com certeza absoluta já sabia o que viria pela frente. O engraçado é que a maioria dos fãs reclamam que seus artistas preferidos não fazem mais som como antigamente, que perderam as raízes, etc. Não irei me aprofundar nessa questão, mas o fato é que tá complicado de se agradar os fãs de Metal viu...?
Ok, temos mais do mesmo, ou um "StratoMatos", como alguns preferem chamar. Foi lançado na época errada? Talvez sim, mas o que impede In Paradisum de ser um ótimo álbum? Agora iremos colocar uma data de validade na música? Ficam as dúvidas.
Concluindo, apesar de soar datado e algumas vezes chato, o debut do Symfonia é um bom disco e garante uma hora de distração, um Power Metal Melódico grudento e previsível como se espera das bandas anteriores de seus integrantes. Destaque mais do que merecido aos vocais do Andre Matos que está cantando muito em todas as músicas, performance impecável! Aconselho que ouçam-no com atenção e sem preconceitos e tirem suas próprias conclusões.

Elysium
Ainda no campo do Power Metal, tivemos o segundo disco do Stratovarius após a saída de Timo Tolki. Lançado logo no início do ano, no dia 12 de Janeiro, Elysium é o segundo álbum com o novo guitarrista Matias Kupiainen, que provou ser digno de substituir o compositor de 95% das músicas de toda a carreira da banda.
Nitidamente superior ao antecessor, o fraco Polaris (2009), Elysium lança o Stratovarius à novos horizontes e infinitas possibilidades. Agora com uma direção mais definida, a banda acertou em cheio nas composições com um som renovado mas ainda assim, mantendo as raízes. Altamente recomendado. Se você é fã do Stratovarius e ficou decepcionado com o Polaris, ouça o Elysium urgentemente e não vai se arrepender! 

Outro disco que eu estava bastante ansioso pra conferir também era o Metamorphosis dos dinamarqueses do Mercenary. Quem conhece a banda deve saber que em 2009, grande parte dos integrantes decidiu deixar o grupo por diferenças musicais. Saíram Mikkel Sandager (vocal), Morten Sandager (Teclados), Mike Park Nielsen (Bateria), sendo substituídos por René Pedersen assumindo os vocais e baixo, Martin Buus nos teclados e também na guitarra e Morten Løwe na bateria.
Metamorphosis
Preciso confessar que fiquei realmente muito surpreso com o trabalho apresentado em Metamorphosis! Mesmo perdendo grande parte dos integrantes, eles conseguiram realizar um feito notável! Um dos maiores destaques no álbum, na minha opinião, foram os vocais do René, conseguindo manter a identidade da banda mesmo com seu vocal extremamente diferente do Mikkel. A mudança na formação veio acompanhada também da mudança no logo, simbolizando a sonoridade mais pesada que a banda adotou no disco. Um álbum realmente fabuloso que não poderia ficar fora da minha lista de melhores do ano!

The Unseen Empire

Outra banda que me fez roer unhas esperando por novo material foi o Scar Symmetry! Depois de toda a forma de repercussão negativa e positiva feita ao redor de Dark Matter Dimensions que marcou a estréia dos novos vocalistas, assumindo a difícil, ou melhor, impossível missão de substituir o ex-vocalista da banda, Christian Alvestam, em março de 2011 o SS libera o The Unseen Empire, quinto disco da banda. Apesar de não esperar muita coisa depois do Dark Matter Dimensions, fui surpreendido ao ouvir o álbum. O Scar Symmetry conseguiu estabelecer de uma vez por todas os seus novos vocalistas e recuperaram meu respeito (rsrs). Enfim, quem quiser saber mais do que eu penso do The Unseen Empire, basta conferir a resenha que fiz a respeito dele AQUI

Com o Scar Symmetry eu encerro o post de hoje. Ainda tem muitos outros lançamentos marcantes em 2011, o melhor ainda está por vir! =D
Aguardem!

sábado, 10 de setembro de 2011

Scar Symmetry: The Unseen Empire



O Scar Symmetry é uma banda sueca de Melodic Death Metal que obteve notoriedade logo no seu primeiro lançamento, Symmetric In Design, há cerca de 7 anos. Logo em seguida vieram o Pitch Black Progress (2006) e o fenomenal Holographic Universe (2008). Apesar de a banda inteira ser extremamente competente e técnica, o maior destaque era o absurdo talento vocal do frontman Christian Älvestam, que deixou a banda no mesmo ano de lançamento do Holographic Universe. 
Não obstante, mesmo com um desfalque tão grande, a banda resolve seguir em frente e libera logo em seguida no ano de 2009 o bom (e nada mais) Dark Matter Dimensions, apresentando os novos vocalistas (isso mesmo, agora são dois) Roberth Karlsson no vocal Gutural e Lars Palmqvist no vocal limpo. Logo ficou evidente a falta que o antigo vocalista fazia, em especial nos vocais melódicos, o que causou um certo descontentamento entre os fãs.

Dois anos se passaram desde então e a banda volta com mais um lançamento, o The Unseen Empire, fincando de uma vez por todas o seu nome entre os destaques do Melodic Death Metal sueco e acabando de uma vez com a esperança daqueles que acreditavam na possibilidade do Christian Alvestam voltar algum dia. Não que isso seja algo impossível, mas com esse álbum a banda conseguiu remover o estigma do Ex-vocalista e estabelecer definitivamente os novos integrantes no seu posto de tal forma que seria irrelevante esperar por um retorno milagroso do Christian.

The Unseen Empire pode ser comparado (bem superficialmente) ao Pitch Black Progress dos novos vocalistas em termos de inspiração. Agora ambos apresentam um trabalho mais coeso e seguro com linhas vocais muito bem compostas e marcantes. O instrumental também está bastante afiado, com um trabalho excepcional dos guitarristas Jonas Kjellgren e Per Nilsson, o Baixo evidente e extremamente pesado de Kenneth Seil, assim como a pegada agressiva e técnica do baterista Henrik Ohlsson, que é um dos grandes destaques na minha opinião!
Dito tudo isso, vamos ao que interessa: as músicas!
Logo de cara somos presentados com a ótima "The Anomaly" sintetizando bem o que vem pela frente. Abrindo o álbum em grande estilo, "The Anomaly" traz aquela pegada já conhecida dos fãs com um refrão grudento que remete aos antigos clássicos da banda. Não se surpreenda se estiver cantarolando logo na primeira audição. Em seguida temos a obscura "Illuminoid Dream Sequence", destaque mais do que merecido aos vocais cavernosos do Roberth e as belíssimas linhas das guitarras alternando entre o peso extremo e as melodias mais belas repletas de feeling.
A cadenciada e densa "Extinction Mantra" faz transbordar ainda mais a veia Death Metal da banda com riffs intensos, porém, sem deixar de lado as belas melodias. Outra vez, vale ressaltar o desempenho do Roberth Karlsson nos guturais. "Seers Of Eschaton", despeja técnica e velocidade. A maior faixa do álbum demonstra toda a veia progressiva da banda entre riffs e solos afiadíssimos com um trabalho fenomenal na cozinha, destaque para as linhas de bateria em contratempo que deram um toque ainda mais progressivo.
"Domination Agenda" pode ser tida como uma das mais acessíveis do disco, esta já se tornou a minha predileta! A faixa mostra um lado mais voltado pro Heavy/Power metal melódico, com uma pegada mais leve e solos mais tranquilos, por assim dizer. Essa música mostra toda competência do Scar Symmetry em criar hits e faz relembrar momentos memoráveis da banda, como em Dreaming 24/7 (Pitch Black Progress) e Ghost Prototype I (Holographic Universe). Retomando a brutalidade temos logo em seguida "Astronomicon", começando com um pequeno e calmo solo de guitarra que mais parece a calmaria antes da tempestade. Somos atirados impiedosamente num turbilhão de riffs nervosos contrastando com os vocais calmos do Lars que prepara o terreno de maneira perfeita pro Roberth. A alternância de um vocal pra outro aqui é ainda mais presente, sem dar ao ouvinte a chance de se acostumar com uma linha contínua.É como se você estivesse num dia chuvoso e ensolarado ao mesmo tempo! Sem muito tempo pra recuperar o fôlego, vem a primorosa "Rise of the Reptilian Regime". Mais uma vez a banda esbanja técnica e mostra um entrosamento digno de nota. "Rise of the Reptilian Regime" ressalta ainda mais a identidade da banda, com a sua mistura de peso e melodia. "The Draconian Arrival" é o que eu considero como um dos pontos altos de todo o álbum, mantendo o disco no mesmo nível em que começou. Ouvindo logo de primeira você sequer se dá conta de que já está ouvindo a penúltima faixa do álbum!
"Alpha and Omega" finaliza The Unseen Empire em grande estilo, fazendo um apanhado geral de tudo que foi apresentado durante a execução do disco. "Alpha and Omega" termina deixando aquele gostinho de "quero mais" e te deixa ansioso por mais uma música!
Com este lançamento o Scar Symmetry mostra o por que de ser considerado uma das maiores revelações do Melodic Death Metal da ultima década e se estabelece cada vez mais num gênero que vive de "mais do mesmo" e raramente apresenta grandes novidades. Com certeza The Unseen Empire entra facilmente nos melhores do ano e lança o Scar Symmetry anos-luz à frente de seus congêneres!