O Scar Symmetry é uma banda sueca de Melodic Death Metal que obteve notoriedade logo no seu primeiro lançamento, Symmetric In Design, há cerca de 7 anos. Logo em seguida vieram o Pitch Black Progress (2006) e o fenomenal Holographic Universe (2008). Apesar de a banda inteira ser extremamente competente e técnica, o maior destaque era o absurdo talento vocal do frontman Christian Älvestam, que deixou a banda no mesmo ano de lançamento do Holographic Universe.
Não obstante, mesmo com um desfalque tão grande, a banda resolve seguir em frente e libera logo em seguida no ano de 2009 o bom (e nada mais) Dark Matter Dimensions, apresentando os novos vocalistas (isso mesmo, agora são dois) Roberth Karlsson no vocal Gutural e Lars Palmqvist no vocal limpo. Logo ficou evidente a falta que o antigo vocalista fazia, em especial nos vocais melódicos, o que causou um certo descontentamento entre os fãs.
Dois anos se passaram desde então e a banda volta com mais um lançamento, o The Unseen Empire, fincando de uma vez por todas o seu nome entre os destaques do Melodic Death Metal sueco e acabando de uma vez com a esperança daqueles que acreditavam na possibilidade do Christian Alvestam voltar algum dia. Não que isso seja algo impossível, mas com esse álbum a banda conseguiu remover o estigma do Ex-vocalista e estabelecer definitivamente os novos integrantes no seu posto de tal forma que seria irrelevante esperar por um retorno milagroso do Christian.
The Unseen Empire pode ser comparado (bem superficialmente) ao Pitch Black Progress dos novos vocalistas em termos de inspiração. Agora ambos apresentam um trabalho mais coeso e seguro com linhas vocais muito bem compostas e marcantes. O instrumental também está bastante afiado, com um trabalho excepcional dos guitarristas Jonas Kjellgren e Per Nilsson, o Baixo evidente e extremamente pesado de Kenneth Seil, assim como a pegada agressiva e técnica do baterista Henrik Ohlsson, que é um dos grandes destaques na minha opinião!
Dito tudo isso, vamos ao que interessa: as músicas!
Logo de cara somos presentados com a ótima "The Anomaly" sintetizando bem o que vem pela frente. Abrindo o álbum em grande estilo, "The Anomaly" traz aquela pegada já conhecida dos fãs com um refrão grudento que remete aos antigos clássicos da banda. Não se surpreenda se estiver cantarolando logo na primeira audição. Em seguida temos a obscura "Illuminoid Dream Sequence", destaque mais do que merecido aos vocais cavernosos do Roberth e as belíssimas linhas das guitarras alternando entre o peso extremo e as melodias mais belas repletas de feeling.
A cadenciada e densa "Extinction Mantra" faz transbordar ainda mais a veia Death Metal da banda com riffs intensos, porém, sem deixar de lado as belas melodias. Outra vez, vale ressaltar o desempenho do Roberth Karlsson nos guturais. "Seers Of Eschaton", despeja técnica e velocidade. A maior faixa do álbum demonstra toda a veia progressiva da banda entre riffs e solos afiadíssimos com um trabalho fenomenal na cozinha, destaque para as linhas de bateria em contratempo que deram um toque ainda mais progressivo.
"Domination Agenda" pode ser tida como uma das mais acessíveis do disco, esta já se tornou a minha predileta! A faixa mostra um lado mais voltado pro Heavy/Power metal melódico, com uma pegada mais leve e solos mais tranquilos, por assim dizer. Essa música mostra toda competência do Scar Symmetry em criar hits e faz relembrar momentos memoráveis da banda, como em Dreaming 24/7 (Pitch Black Progress) e Ghost Prototype I (Holographic Universe). Retomando a brutalidade temos logo em seguida "Astronomicon", começando com um pequeno e calmo solo de guitarra que mais parece a calmaria antes da tempestade. Somos atirados impiedosamente num turbilhão de riffs nervosos contrastando com os vocais calmos do Lars que prepara o terreno de maneira perfeita pro Roberth. A alternância de um vocal pra outro aqui é ainda mais presente, sem dar ao ouvinte a chance de se acostumar com uma linha contínua.É como se você estivesse num dia chuvoso e ensolarado ao mesmo tempo! Sem muito tempo pra recuperar o fôlego, vem a primorosa "Rise of the Reptilian Regime". Mais uma vez a banda esbanja técnica e mostra um entrosamento digno de nota. "Rise of the Reptilian Regime" ressalta ainda mais a identidade da banda, com a sua mistura de peso e melodia. "The Draconian Arrival" é o que eu considero como um dos pontos altos de todo o álbum, mantendo o disco no mesmo nível em que começou. Ouvindo logo de primeira você sequer se dá conta de que já está ouvindo a penúltima faixa do álbum!
"Alpha and Omega" finaliza The Unseen Empire em grande estilo, fazendo um apanhado geral de tudo que foi apresentado durante a execução do disco. "Alpha and Omega" termina deixando aquele gostinho de "quero mais" e te deixa ansioso por mais uma música!
Com este lançamento o Scar Symmetry mostra o por que de ser considerado uma das maiores revelações do Melodic Death Metal da ultima década e se estabelece cada vez mais num gênero que vive de "mais do mesmo" e raramente apresenta grandes novidades. Com certeza The Unseen Empire entra facilmente nos melhores do ano e lança o Scar Symmetry anos-luz à frente de seus congêneres!
Parabéns pela resenha, cara! Suas palavras traduzem EXATAMENTE a MESMA coisa que eu penso a respeito desse álbum, que até agora ainda encaro como um dos melhores lançamentos de 2011!
ResponderExcluirE vida longa ao Scar Symmetry!
Scar symmetry!!!
ResponderExcluirAinda não escutei esse novo (2011), mas espero ser tão bom quanto o de 2009. Que baita album!!
Também parabenizo pela resenha!