segunda-feira, 22 de agosto de 2011

TME Entrevista: Desecrated Sphere

Que o Brasil é celeiro de grandes promessas do metal extremo, isso já não é novidade. Porém, nos ultimos anos, temos presenciado um grande "boom" no cenário nacional e um crescimento exponencial com bandas de qualidade inegável. Neste patamar encontra-se a Desecrated Sphere, banda de Death Metal com tendencias do Brutal e Technical Death Metal de Mogi Guaçu, interior de São Paulo.
Formada oficialmente em Janeiro de 2011 por Rodolfo Bassani (bateria), Renato Sgarbi (vocais), Gustavo Lozano (guitarra) e José “Motor” Mantovani (baixo), a banda nos traz um Death Metal recheado, por assim dizer, e influenciado por uma gama de estilos musicais, criando assim, sua própria identidade. A banda vem chamando bastante atenção tanto do público headbanger quanto da midia especializada depois do lançamento do debut The Unmasking Reality e do primeiro vídeo clip para a faixa "Gospel Is Dead". Hoje batemos um papo com os integrantes da banda falando sobre esses e muitos outros assuntos. Confiram!

TME: Primeiramente, gostaria de parabenizar pelo excelente trabalho que a banda vem realizando em tão pouco tempo, realmente impressionante.



José “Motor” Mantovani: Obrigado Julio, é um prazer estar falando com vocês do blog The Mind’s Eye. Já tínhamos este projeto em mente há tempos e o Desecrated Sphere é o resultado deste contínuo trabalho.

TME: Tendo como base que a banda tomou forma apenas este ano, gostaria que nos contassem um pouco desse processo.

Renato Sgarbi: Bom, o projeto começou quando estávamos no Collapse NR, e, tendo em vista as mudanças musicais e líricas, a latente evolução e o fato de que não havia mais nenhum integrante original na formação, lapidamos as músicas e optamos por novo começo, que se concretizou com o álbum The Unmasking Reality. E gostaríamos de anunciar aqui em primeira mão a entrada de um novo integrante, Saulo Benedetti, que assume as baquetas no lugar do Rodolfo Bassani.

Primeira formação
TME: Andei lendo algumas resenhas e pude observar que a banda vem sendo muito bem aceita, e já considerada uma grande promessa do Death Metal brazuca.
Como vocês encaram tudo isso? Vocês esperavam que tivessem uma resposta tão rápida do publico e crítica?

Gustavo Lozano: Estamos bem contentes com a resposta do público e da mídia, mas encaramos com profissionalismo, sempre reconhecendo o que podemos aperfeiçoar em nosso trabalho. Essas críticas nos encorajam a buscar sempre evoluir.

TME: Apesar da banda se considerada puramente Death Metal por alguns, percebe-se uma gama de influencias. As que mais sobressaem no conjunto da obra são o Brutal Death e o Technical, como o praticado por bandas como Decapitated antigo, Vital Remains, Cannibal Corpse, entre outros. Gostariamos que nos dissessem quais são as principais influencias da banda.

Renato: Como vocalista de Death Metal minhas maiores influências são George Fisher, Sauron, Tommy Dahlström, também tenho referências de outros estilos dentro e fora do Metal que não julguei necessário utilizá-las no debut.

Gustavo: Então, minhas influências são muito variadas, desde música clássica, Blues, bandas clássicas como Black Sabbath, até o Technical Death Metal. Obviamente o Death Metal é o principal foco no momento das composições.

José: Costumo absorver referências musicais daquilo que estou ouvindo em um determinado momento e que me chama a atenção, seja pela rítmica, melodia, harmonia ou técnica. Como todos no Desecrated, também tenho muito apreço por variados estilos musicais mas as principais influências provém do Metal extremo.

Saulo: As minhas principais influências provêm de diversos estilos diferentes, predominantemente o Metal extremo, alguns bateras como Derek Roddy, Vitek Wiltold, Chris Adler, Mario Duplantier, Kevin Lane, Jon Rice e etc. assim como bateras do Rock Progressivo dos anos 70/80.

TME: Apesar do pouco tempo de existência, vocês já lançaram o excelente álbum full The Unmasking Reality de maneira independente. Já existe algum contato ou planos de lançar esse material por algum selo? O que vocês podem nos adiantar?

The Unmasking Reality
José: No momento estamos distribuindo o álbum de forma independente através de trocas e encomendas, e trabalhamos com o selo Norte-Americano DigMetalWorld para distribuição digital. Qualquer novidade quanto à distribuição divulgaremos através de nossos canais oficiais.

TME: Ainda falando de The Unmasking Reality, eu soube que as músicas já vinham sendo compostas e gravadas antes mesmo da banda existir de fato.

Renato: Como dito anteriormente, tudo aconteceu através da nossa evolução musical, que ocasionou mudanças. Estávamos em estúdio com as músicas praticamente prontas quando nos demos conta das dimensões que o projeto alcançou.

José: Estávamos com um resultado final muito mais completo e complexo do que imaginamos anteriormente. Nos sentimos na posição de iniciar um novo planejamento, mais audacioso, focado neste trabalho que estava sendo feito, trazendo à tona todos nossos conceitos.

Renato: Isso tudo foi concebido dada a necessidade de uma integração entre conceito, música, letras, e profissionalismo que a outra banda já não comportava.

TME: É verdade que a banda está se preparando pra uma Tour pela Europa? Falem-nos um pouco disso.

Gustavo: Nosso projeto foi desenvolvido tendo como base levar nossa música e idéias a todos os cantos do mundo, e estamos organizando uma tour européia no mês de novembro deste ano, com a banda Suíça Requiem.

TME: Além disso, quais os próximos passos da banda pra esse segundo semestre em diante?

José: Estaremos no X Araraquara Rock no sábado dia 8 de Outubro. Além deste festival, e da tour européia, estamos agendando shows no Brasil para dar continuidade à divulgação do nosso debut.


TME: Bem... agradecemos pela atenção e o espaço é todo de vocês.

Saulo: O Desecrated Sphere agradece o espaço e oportunidade de divulgarmos nosso trabalho e idéias, e aproveitando, gostaria de deixar  nosso contato aos interessados em adquirir nosso material, shows, e afins: desecratedsphere@hotmail.com. E confiram nosso videoclipe oficial da faixa Gospel is Dead no nosso canal do Youtube: HTTP://www.youtube.com/desecratedspherebr

Todos: Queremos agradecer aos fãs que têm nos surpreendido diariamente com suas mensagens, admiração e reações positivas, dando suporte a nós. Sabemos como é difícil conquistar o público em uma cena tão competitiva e nos sentimos lisonjeados em receber toda esta atenção, muito obrigado e nos vemos na estrada!

Gospel Is Dead official video

terça-feira, 16 de agosto de 2011

This is the end of the "World"...?

Desviando um pouco o foco musical do blog, gostaria de tratar de algo que me passou pela cabeça hoje e resolvi postar aqui.


Alguém vem me dizer que o mundo vai acabar em 2012. Bem, eu diria que esse mundo já acabou há muito tempo. Eu diria que se ele ainda não acabou, pelo menos está agonizando nos últimos suspiros.
Então você me diz: "ei, não é bem assim."
Oras... é só acompanhar os noticiários, em especial desses sensacionalistas que a nossa TV local tem aos montes.
Experimente parar e prestar atenção nesses programas por apenas 30 segundos. Depois conte quantas mortes foram  anunciadas. Experimente ler algum jornal na segunda, experimente analisar as estatísticas de quantos morrem em um único fim de semana na sua cidade.
Ok, ok... a violência é grande mas ainda não é uma razão pra acabar com o mundo, você pode questionar.
Bem... o mundo pode não acabar por causa da violência, mas pra nossa "sorte" ainda há muitos outros fatores que contribuem pra isso. Há muitos outros caminhos que podem nos levar à extinção. Eu nem irei falar do mais famoso de todos, o aquecimento global - ele já está muito desgastado né? (ora, talvez isso nem seja um problema tão grande[?], considerando a forma como "evoluímos" nos últimos dez anos)
O que dizer da forma como todos nós acompanhamos isso? O que dizer das nossas atitudes em relação à extinção iminente? O que dizer da nossa preocupação excessiva com bens materiais, da nossa corrida eterna "em busca da felicidade", do nosso empenho pra manter o nosso estilo de vida destrutivo, egoísta, e porque não dizer megalomaníaco?!
- hey, cara... você não acha que está pegando pesado demais? - alguém pode dizer.
Eu realmente não sei. Talvez sim, certamente que não, quem sabe... De qualquer forma, penso que cada um deve tirar suas próprias conclusões.
Acho que pelo menos um alguém há de concordar que vivemos em meio ao caos, que vivemos numa entropia global... é, é isso... entropia é a palavra que melhor define o mundo em que vivemos.
Talvez o mundo em si não acabe. Na verdade, quando falo "mundo" talvez coubesse melhor à humanidade. Sim, acho que o mais provável é que o Mundo "decida" extinguir o "mundo". 
Ok, estou sendo muito fatalista... ou não. Acho que teremos de esperar pra ver.

Vocari Dei

Em 2004 a banda Sueca Pain Of Salvation, enquadrada no gênero do Metal Progressivo, lançou o conceitual e megalomaníaco álbum, BE. Com esse lançamento ficou ainda mais complicado rotular o que a banda realmente é. Esse disco representou uma verdadeira quebra nos padrões musicais, analizando-se o que a banda vinha fazendo anteriormente. O conceito do disco gira em torno de um tema bastante complexo e delicado: a existência de Deus e sua relação com a humanidade. Disso eu extraí a faixa "Vocari Dei", que contou com a participação ativa dos fãs da banda. Durante a composição do álbum, a banda disponibilizou no site oficial um programa que funcionava como "secretária eletrônica de Deus" onde eles (os fãs) podiam deixar sua mensagem pra 'deus'. Uma música realmente muito intensa e interessante, mais pela sinceridade das mensagens do que pela música em si. Confiram na ítegra, é realmente interessante.
(cada sentença representa uma pessoa falando - escute a música no final do post e entenda)

Vocari Dei

"Eu apenas quero que você fale comigo."

"Eu continuo esperando por você, DEUS.
Eu rezo pois esse inferno esta acabado.
Adeus, DEUS.
Adeus a todos vocês."

"Eu não confio em nenhum DEUS.
Eu não sei quem DEUS é,
mas eu sei oque DEUS deve ser."

"Dê uma olhada aqui,
dê uma boa olhada no que você criou!"

"Olá, DEUS.
Aqui é o Lorenzo,
e gostaria de te perguntar uma coisa:
Por que a vida é tão dificil?
Por que o amor é tão cruel?
Por que eu não posso realmente ser eu mesmo?
Não outra pessoa.
Eu quero apenas ser eu mesmo."

"Ei, DEUS, aqui é o Jan Biel.
Eu chamei-o somente para agradecer por permanecer comigo quando minha vida pareceu desmoronar.
Você carregou-me em minhas horas escuras e eu sou muito grato por isso.
Obrigado."

"Olá, DEUS, sou eu, da Terra.
Eu sei que você não retornou algumas de minhas chamadas anteriores, mas talvez você simplesmente não estivesse aí.
Mas aqui vai novamente.
Eu queria agradece-lo por dar-me a oportunidade de fazer parte deste mundo.
Mas, você não deu para as pessoas a mente para explorar e questionar?
Então, onde esta você? E onde você esteve quando nós mais pracisarmos de você?"

"Deixe isso falar,
Eu devo estar bêbado ou viajando, bem eu não acredito mais em você,
Como eu achei que você não existe?
Eu imaginei isso por causa de todo o fracasso que você traz para esse mundo.
Ou você é uma entidade cruel por não mudar essas coisas, ou você não existe."

"Por favor diga-me porque essas horriveis coisas acontecem!
Porque aquelas duas torres tiveram que cair e como você pode deixar isso acontecer?
Tem que haver tanto ódio nesse mundo?
Porque a sociedade deve se esforçar tento pela tolerância?"

"Eu rezei todo dia das semanas, agora porque você não respondeu minhas preces?
Prove para mim e para muitos outros, por que eu devo continuar a rezar?
Eu tenho fé em meus amigos e minha familia, isso não é o bastante?"

"Olá, olá?
Hum, você acredita?
Você quer continuar acreditando?
Oh, acreditar."

"Por favor DEUS,
se você existe,
ajude-me à acreditar que esse mundo é real,
que eu sou real,
e que tudo isso é real,
que nós somos mais do que apenas uma coicidência."

"Este mundo é o que nós podemos dar."

"Fale comigo.
Eu não pedirei para salvar-me.
Eu apenas quero que você fale comigo."

"Ei,
eu desculpei-me com você por...
você sabe...
Eu apenas quero dizer "me desculpe e...
obrigado".
Oh, só mais uma coisa:
Por favor, ajude-me a voar."

"Por favor DEUS, leve-me embora daqui,
eu não aguento mais isso,
eles estão sempre devorando-me,
estou tão perdido, estou tão perdido.
DEUS?"

"Caro DEUS.
Por que há guerra?
Por que há morte?
Por que há fome?
Para que?
Qual é a razão de sua existência?
Adeus."

"Olá, DEUS.
Gostaria de saber,
o que somos nós?
Qual nossa importância nesse mundo?
Para onde nós estamos indo?"

"Escute, DEUS.
Eu quero apenas dizer um enorme obrigado em nome de todos.
E, obrigado por criar a coisa toda do começo e,
por tirar tudo do chão, mas,
Eu acho, que dessa vez nós vamos encaixar as coisas e,
Eu estou tão, tão, arrependido."

"Eu preciso de você agora.
Eu preciso de você."


sábado, 13 de agosto de 2011

A História do Melodic Death Metal: Dark Tranquillity


Dark Tranquillity


Dark Tranquillity é uma das bandas pioneiras de Death metal melódico (a par de In Flamese At The Gates) de Gotemburgo, Suécia. 
O Dark Tranquillity foi fundado em 1989 por Mikael Stanne (na época guitarrista) e por Niklas Sundin (guitarrista), que formaram a banda sob o nome de Septic Boiler com o intuito de tocar Thrash Metal. Mais tarde, recrutaram Anders Friden (vocalista), Martin Henriksson (baixo) e Anders Jivarp (baterista), e estava formada a primeira "line-up" oficial. Após comporem a primeira demo, decidiram mudar o nome da banda para Dark Tranquillity e mudarem também o estilo musical. 
 
Foi a partir deste momento que a banda ficou conhecida por misturarem Death Metal com harmonias bem mais melódicas de guitarras e vocais distorcidos. Mais tarde, logo após o lançamento do primeiro album intitulado Skydancer, despediram Anders Friden da banda, possivelmente devido a diferenças musicais, e Mikael Stanne passou a vocalista, sendo recrutado Fredrik Johansson para guitarrista de ritmo, e foi com esta última line-up que lançaram em 1995 o primeiro álbum de reconhecimento intitulado The Gallery.
The Gallery
Embora o Dark Tranquillity já fosse naquela altura uma banda relativamente conhecida no underground, foi somente em 1995 quando lançaram o muito aclamado The Gallery que ficaram conhecidos em toda a Europa, e passaram a ser reconhecidos como uns dos criadores do estilo musical oriundo de Gotemburgo, o Melodic Death Metal. Neste álbum está bem patente o uso de harmonias de guitarra aliadas às influências evidentes do Death Metal sueco da época e também de Thrash Metal, com vocais rasgados e profundos.
Em 1997 lançaram The Mind's I, apesar de ser diferente do seu antecessor, era também um álbum de extrema qualidade, e que ajudou a cimentar o reconhecimento da banda no Metal. Depois deste álbum, despediram Fredrik Johansson por falta de empenho na banda, Martin Henriksson deixou o baixo para passar para a guitarra, e contrataram Michael Nicklasson para o baixo e Martin Brändström para o teclado.
Em 1999 lançaram o álbum mais experimental da história da banda, de nome Projector, com a adição de teclados, e uma abordagem de Mikael Stanne diferente (embora continuasse a usar vocais rasgados, usou também vocais limpos).
2000 foi o ano em que voltaram a apostar numa composição mais pesada, Haven, com a consolidação do teclado nas estruturas musicais acrescentando mais profundidade e atmosfera e um abandono temporário dos vocais limpos que havia sido frequente em Projector.
Damage Done, lançado em 2002, foi o álbum que deu uma "sapatada" nas sonoridades mais calmas da banda que já vinham sendo regra desde Projector, e foi sem dúvida a proposta musical mais agressiva e intensa desde The Mind's I e que marcou uma nova fase na carreira do DT.
Já em 2005, depois da banda ter feito a maior sequência de concertos de sempre, lançaram o 7ºalbum, ainda mais intenso que o antecessor, chamado Character e que consolida aquilo que esta banda realmente é, constante inovadora do gênero no qual fora uma das pioneiras, sem nunca lançarem um álbum igual.
Fiction
Dois anos depois, em 2007, lançaram Fiction, uma evolução natural, e que em termos líricos, pela primeira vez Mikael Stanne se focou mais em ficção, escrevendo sobre pessoas imaginárias em vez de escrever sobre ele próprio como era de costume.
Em Setembro de 2009 a banda entrou em estúdio para gravar o sucessor de Fiction, o We Are The Void, lançado em fevereiro de 2010. Atualmente a banda continua fazendo tournées de divulgação e, possivelmente, trabalhando em um novo álbum.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Retomando!

Bem... já tem um tempinho que não posto nada aqui no blog. Infelizmente, alguns imprevistos me impediram de direcionar o foco pra cá. Visto que fui convocado à integrar uma banda de progressive metal, a Metropolis, tive que me dedicar um pouco a isso e também conciliar o tempo com os outros projetos.
Porém, agora que as coisas estão mais calmas, irei retomar o antigo ritmo do blog e atualizar algumas coisinhas!


Let's Metal!