quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

TME Resenha: Dream Theater - 2013


Praticamente dois anos após a saída de um dos fundadores - e mais emblemático membro - da banda, o Dream Theater volta com tudo em um novo disco - segundo gravado com o novo baterista, Mike Mangini. Com uma recepção "morna" por parte de alguns fãs, o décimo segundo álbum do maior nome do Metal Progressivo divide opiniões, especialmente por ser um disco que precisa ser "digerido" lenta e cuidadosamente. 

De início, este que vos escreve, não havia percebido, mas depois de ouvi-lo várias vezes, foi possível definir algumas coisas - ou mesmo especular - acerca do que difere o "Dream Theater" (álbum) dos antecessores. Na resenha a seguir, tentarei mostrar alguns pontos que parecem ter passado despercebidos por alguns.


Dessa vez, os novaiorquinos resolveram explorar novos conceitos, resgatar outros e, de certa forma, "enxugar" mais o seu som. Já é possível notar a mudança que virá logo no início do play com a instrumental "False Awakening Suite"; simples e direta, a música serve de introdução à excelente "The Enemy Inside". De cara, temos uma banda mais segura, sem o peso de uma "virada dramática de eventos", com um Mike Mangini mais envolvido nas composições e mais solto, por assim dizer. Juntamente com a semi-balada "Enigma Machine", a banda reforça a "pegada" mais direta, sem muitas voltas e sem muitas firulas. Em seguida temos "Enigma Machine" marcando o retorno das faixas instrumentais; a primeira desde o "Train of Thought" de 2003. Dando continuidade ao clima "enxuto", "The Bigger Picture" cativa com melodias marcantes e refrão grudento enquanto, logo na sequencia, "Behind The Veil" insere um tom mais soturno com riffs pesados e linhas de baixo bastante presente. "Surrender To Reason" acompanhada da excelente balada "Along For The Ride" fecham um ciclo como um prelúdio para a grande (em todos os sentidos) faixa do álbum: "Illumination Theory". Transbordando inspiração, a música que encerra o disco de forma grandiosa, apresentando mudanças de andamento, progressões, longos solos e uma belíssima composição orquestral ao longo dos seus mais de 20 minutos tão bem distribuídos e arranjados que é possível esquecer a sua duração durante a audição. De longe uma das melhores do álbum - e quem sabe até da carreira banda!

Após a audição minuciosa deste álbum fica claro que agora o Dream Theater está aos poucos encontrando o seu caminho após a saída inesperada de Mike Portnoy deixando de lado todo o exibicionismo técnico e, em alguns casos, forçado que vinha apresentando em lançamentos anteriores! Temos um disco que faz referencia a tudo que já foi feito na carreira da banda e tudo o que eles representam dentro do Metal Progressivo. O maior trunfo do Dream Theater sempre foi e é justamente o fato de eles serem músicos excepcionais. Então, a partir do momento que isso é compreendido pelos fãs e pelos membros da banda, torna-se desnecessário ficar mostrando isso em todas as músicas. Ponto. 

Este é o verdadeiro diferencial do "Dream Theater" (álbum), não temos aquele virtuosismo exacerbado em todas as faixas e nem exageros de outrora. Temos uma banda ciente do que é capaz e também de que não há mais nada a ser provado! 

Ainda vai demorar um pouco para os mais "xiitas" se acostumarem com isso, mas a partir do momento em que se entende o real significado do título do álbum, aos poucos é possível assimilar e aceitar as coisas como elas são/estão e permanecerão.


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Workshow Russel Allen em Salvador


Há cerca de seis anos atrás, durante a vinda do então ex-Shaman, Andre Matos e seu projeto solo, enquanto o público aguardava ansioso a apresentação do mesmo após a extinta Nomin sair do palco, um som agressivo, intrincado e extremamente técnico começou a ressoar pelo local. Quem conhecia ou era fã, simplesmente curtiu como se os responsáveis pelo som que ecoava estivessem no palco. Enquanto que, aqueles que ainda não conheciam, ficaram impressionados e admirados, em especial pela vocal agressivo e ao mesmo tempo melódico e extremamente versátil. Em seguida o apresentador do evento perguntou se todos conheciam aquele grupo e anunciou que o mesmo tocaria em Salvador naquele mesmo ano. A banda em questão era o Symphony X e, como todos devem saber, infelizmente eles (ainda) não vieram tocar em nossa cidade. Mas, para alegria dos fãs ansiosos, no ano corrente foi anunciada uma série de Workhows do excelente vocalista Russell Allen pelo país e Salvador estava entre um dos pontos de parada. 

Contando com a abertura de Thiago Bianchi (Shaman/ Noturnall) divulgando o lançamento do debut do seu mais novo projeto junto com membros do Shaman com Aquiles Priester nas baquetas, o evento começa com aproximadamente duas horas de atraso - o que fez com que a participação do Thiago fosse mais corrida. Basicamente, ele respondeu questões acerca do novo projeto e cantou duas músicas do mesmo em 40 minutos de apresentação.
Após alguns minutos de espera, eis que aparece no palco Marcelo Moreira (Almah) para anunciar o grande convidado da noite: "Sir" Russell Allen! Logo de cara, o gigante (o cara deve ter pelo menos 1,90!) começa com dois grandes clássicos do Symphony X: Of Sins And Shadows e Evolution dos excelentes The Divine Wings Of Tragedy ('96) e The New Mythology Suite ('00). Após a euforia das músicas iniciais, uma pausa para a interação com os fãs e início da sessão de perguntas. Muitas questões foram levantadas e muitas dúvidas tiradas em aproximadamente duas horas de apresentação/ bate-papo. A seguir, serão abordadas as questões mais pertinentes que vinham tirando o sono de muitos fãs.



Sobre o tão aguardado DVD do Symphony X:

Como era de se imaginar, os assuntos mais debatidos sempre envolviam a banda principal de Russell Allen. E dentre tantas perguntas, a que certamente expressava o pensamento dos muitos fãs presentes era: Quando o SymX vai lançar um DVD/Blu ray com performance ao vivo e porque isso não foi feito até hoje?
Direto, Russel Allen não teve papas na língua ao afirmar isso só vai acontecer "quando o Michael (Romeo) quiser". Enfático, o vocalista afirmou ainda que o Symphony X é a menina dos olhos do guitarristas, ou o "Michael Romeo's baby", nas palavras do próprio Allen. 

Sobre o Adrenaline Mob e a saída de Portnoy

Outro assunto bastante explanado foi sobre o supergrupo que contava com Mike Portnoy nas baquetas. Quando questionado sobre os motivos que levaram a saída do baterista, Russell Allen deixou claro o que muitos não sabiam ao afirmar que as "cabeças" da banda são ele e o guitarrista Mike Orlando. Ele ainda revelou que o Ex-Dream Theater no grupo era meramente um convidado de luxo e que não houve surpresa quando o mesmo decidiu sair. Allen ainda fez questão de enfatizar que o Adrenaline Mob não é um simples projeto e sim uma banda na qual ele tem maior contribuição e liberdade criativa.



Sobre Atomic Soul, Allen-Lande e outros projetos

Questionado se ainda pretendia lançar mais um disco do Atomic Soul ou algo mais voltado pro Hard Rock, o vocalista deixou claro que tem sim vontade retomar o projeto, mas ainda não encontrou o momento adequado para isso. Quanto ao projeto de idealizado por Magnus Karlsson (Allen-Lande), não foi revelado nenhum detalhe ou novidade*.

*Nota - Foi anunciado que o guitarrista Timo Tollkki comporia e produziria o novo disco da dupla, rumor na época confirmado recentemente em um teaser divulgado pela Frontier Records.

Sobre início de carreira, técnica vocal e equipamentos

Ao falar do início de sua carreira, o cantor também citou curiosidades sobre a sua vida antes da fama como, por exemplo, a origem do seu apelido "Sir Allen", que vem da época em que trabalhava como "Jouster" (Um tipo de duelista medieval). Nascido em uma família de músicos, Russell Allen revelou também que começou a cantar muito cedo e que, antes do Rock, ele costumava cantar música Country. 

Quanto a sua técnica e equipamentos, bem como a mudança de sua voz através dos anos, Russell relatou que nunca teve qualquer tipo de aula de canto e tampouco pratica longos exercícios de vocalização antes de cantar e que não usa equipamentos ou pedais de efeito para a voz. 

Sobre processo de composição

Um dos pontos altos do workshow foi o momento em que Russell Allen falou de como funciona o processo de composição de suas músicas. Ele citou a mudança de sua voz desde o primeiro registro com o SymX até o mais recente e explicou um pouco sobre a técnica vocal usada atualmente (os screams e drives) e também fez questão de enfatizar que explora mais a sua voz no Adrenaline Mob - demonstrando na prática ao cantar Judgment Day do novo álbum.
Allen também falou que não pensa muito sobre como vai cantar nem sobre técnica, ele simplesmente sente e faz. Ele ainda explicou que as mudanças nas músicas do SymX foram graduais, enfatizando que a sua entrada na banda foi o que possibilitou a Michael (Romeo) explorar o som mais agressivo, "o Symphony X não existe sem Russell Allen" - afirmou o vocalista.



Concluindo, além de reafirmar a sua qualidade como vocalista, Russell Allen deu um show de carisma, mostrando-se uma pessoa simples e divertida - arrancando risos da platéia por diversas vezes (em especial ao imitar Don Corleone e imitar a si mesmo cantando no Symphony X quando estiver idoso). Sempre direto nas respostas e sem perder o bom humor, tirou diversas dúvidas e deu um gostinho do que seria vê-lo em um show com uma de suas bandas. Definitivamente foi um evento memorável para qualquer fã do seu trabalho!

Setlist:

Symphony X:
Of Sins And Shadows 
Evolution (the grand design)
Inferno (unleash the fire)
Paradise Lost
When All Is Lost

Adrenaline Mob:
Judgment Day
Crystal Clear
Fallin' To Pieces


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

At The Gates: Novo disco anunciado!

Após rumores e um vídeo misterioso publicado no canal oficial da banda no Youtube e confirmado por sites especializados, hoje os suecos do At The Gates confirmaram que estão trabalhando em um novo disco à ser lançado no final deste ano!
O comunicado, feito na página da gravadora Century Media Records, informa que os pioneiros do Melodic Death Metal de Gotemburgo, reuniram-se em estúdio para gravar o primeiro disco de inéditas desde “Slaughter Of The Soul”, de 1995. O novo álbum ainda não tem título, capa ou data de lançamento definida ainda. Agora é só aguardar!



sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

At The Gates: Novo álbum em 2014?

No dia 21 do mês corrente, o mundo do fãs de Death Metal melódico foi atingido com um rumor que, se confirmado, poderá vir a ser uma das melhores notícias dos últimos anos! Esta notícia envolve um dos maiores nomes (senão o principal deles) quando se fala em Melodic Death Metal: os suecos do At The Gates.



Apesar de ter se reunido apenas para a realização de uma série de shows (um deles no Brasil), esta semana os fãs foram surpreendidos com um vídeo misterioso que sugere algo planejado para o ano de 2014. A despeito do fato de que Anders Björler, um dos fundadores do grupo, ter sido enfático em entrevistas ao declarar "não quero fazer", quando questionado sobre um novo disco no futuro, o teaser postado na página oficial da banda sugere o contrário. Em paralelo, o vocalista Tomas Lindberg deixou um fio de esperança ao declarar: "Bem, basicamente eu aprendi a nunca dizer nunca. Dissemos que nunca faríamos mais nenhum show, e agora estamos fazendo-os (...)".

Com pouco mais de 10 segundos, o vídeo não dá qualquer certeza ou informações mais concretas, de modo que as informações sobre um novo disco da banda não passam de especulações. O que resta é esperar e torcer pra que o At The Gates siga o exemplo do Carcass que laçou no ano passado o excelente "Surgical Steel" em 2013! Vale ressaltar que, caso seja realmente lançado, este possível novo álbum seria o 5º registro de estúdio da banda, sendo que o ultimo trabalho foi "Slaugther of the Soul" lançado em 1995, que figura entre os clássicos do Death Metal melódico e um dos grandes responsáveis pela consolidação do gênero e da cena em Gotemburgo, Suécia. 
A seguir, o teaser divulgado pela banda. Vejam e tirem suas próprias conclusões!


domingo, 29 de dezembro de 2013

Resenha crítica do filme “Caixa Dois”

Apesar de não ter o costume de postar aqui coisas que não sejam relacionadas diretamente ao Rock/Metal, como estamos chegando no final do ano e eu estou livre das aulas por enquanto, resolvi publicar algumas das resenhas sobre filmes que tive que fazer neste semestre.
Pra começar, vou deixar aqui a primeira resenha que fiz para a matéria de Ética e Legislação: Trabalhista e Empresarial, da comédia nacional Caixa Dois. Além de um trabalho acadêmico, esta resenha é, também, minha opinião acerca do filme. Obviamente, a minha opinião não é absoluta, você pode discordar ou concordar comigo; mas antes sugiro que veja o filme (sugiro, mas não recomendo - pode ser uma experiencia dolorosa). 


Baseado na peça homônima escrita por Juca de Oliveira e dirigida por Fauzi Arap, que foi vista por um público superior a um milhão e espectadores, o filme “Caixa Dois” tenta nos mostrar um pouco da realidade brasileira através de uma fórmula já batida no cinema nacional: comédia pastelão. O que não chega a ser um demérito tão grande, tendo em vista que o enredo trata de um tema bastante delicado como é o caso da corrupção.

A trama mostra o que acontece quando o poderoso banqueiro Luiz Fernando escolhe sua secretária Ângela como “laranja” para receber um cheque de 50 milhões de reais ilícitos. Por um engano cometido pelo executivo conhecido como “Romero” (ou Romeiro), o dinheiro vai parar na conta da honesta professora Angelina, mãe de Henrique, que, por sua vez, é namorado de Ângela. Angelina cogita devolver o dinheiro, no entanto, acontece de seu marido, o gerente Roberto, ser demitido do banco de Luiz Fernando.
Com um início confuso e mal desenvolvido, após meia hora a trama se arrasta de maneira lenta e demora a engatar o fator cômico a que se propõe; algo bastante negativo para um filme tão curto (cerca de 1h15m).

Apesar disso, é válido ressaltar o lado “sério” do longa que brinca com estereótipos e faz uma pequena crítica social, questionando os valores éticos e morais do cidadão brasileiro, independente da sua condição socioeconômica. Entretanto, o texto escorrega feio ao apresentar o conceito genérico de que qualquer pessoa (mesmo a mais honesta) pode sucumbir à corrupção e desonestidade se a recompensa for alta o bastante. Percebe-se uma apelação clara em comprovar tal teoria quando é colocada em xeque a idoneidade de um personagem que se apresenta como um dos pilares da moral no início da estória e que deveria, em tese, servir de exemplo.
Outro ponto crucial do longa é a forma como é construído o embate entre o bem e o mal, o certo e o errado; temos de um lado a família de classe média que, com muito esforço, paga as hipotecas da casa própria, e do outro o banqueiro corrupto, ganancioso e dissimulado que preocupa-se apenas com o seu próprio bem estar. Como mediador disso, um meio termo para contrabalancear e estabelecer a ligação entra os dois mundos, temos o recém demitido Roberto; o funcionário dedicado e esforçado que veste a camisa da sua empresa com maior orgulho. 

No final temos um desfecho já esperado, onde a família e seus valores são enaltecidos (e “justamente” recompensados) e o banqueiro ricaço e seus companheiros são, de certa forma, condenados; sem esquecer também de valorizar o velho e já mundialmente conhecido “jeitinho brasileiro”, com a alusão implícita ao antigo dito popular de que “ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”.

sábado, 28 de dezembro de 2013

1ª Conclave de Honra


Cajazeiras é amplamente conhecida como um dos maiores bairros da capital baiana. No entanto, a partir do dia 22 de Dezembro do ano que se encerra, ela ficará conhecida e marcada por sediar a primeira edição do "Conclave de Honra"!

Idealizado como um grande encontro entre amigos que tem uma paixão em comum (Rock/Metal), o evento que reuniu as bandas Honra, Agressivos, Metropolis, Mother Fucker e Nuclear War pode ser considerado o maior já realizado neste seguimento em nossa querida Cajazeiras desde o extinto CMF (cajazeiras metal fest). Tendo como principal objetivo movimentar a cenário da música pesada cajazeirense, o Conclave de Honra foi uma iniciativa tomada por integrantes da banda Honra formada por músicos de diversas bandas já conhecidas no meio underground da região como, por exemplo, Fullminant, Natiomorto e Necroceremony. 
Apesar da mudança inesperada e de ultima hora, o evento começou com um atraso razoável e aceitável, dada as circunstâncias; O que não de forma alguma comprometeu o andamento do evento. 

Metropolis
A primeira banda a se apresentar foi a novata Nuclear War, mandando um Thrash de responsa e muito bem entrosado. Apesar de tocarem sem a presença de um baixista, os garotos se saíram muito bem, mantendo um som coeso, agressivo e dinâmico. Apesar de não ter acompanhado a apresentação completa, posso afirmar que ainda ouviremos falar bastante dessa galera. Logo em seguida foi a vez da Metropolis mandar seu Metal Progressivo com influências de Metal Extremo. Mantendo a qualidade de sempre, a banda executou, além das músicas próprias, alguns covers de nomes consagrados no Heavy Metal mundial como, por exemplo, Metallica, Symphony X, Iron Maiden e Dream Theater. Sem deixar a "peteca cair", a veterana Agressivos deu sequência ao evento com seu Hardcore extremamente pesado e técnico. Aproveitaram a deixa para apresentar o seu mais novo integrante que vai reforçar o som da banda nas guitarras. Após um pequeno intervalo é a vez da irreverente Mother Fucker, que surpreendeu muita gente que ainda não conhecia o som dos caras. Com uma sonoridade singular, a MF, como é conhecida, executou seu Rock/Metal com fortes influencias de Stoner. Infelizmente, a banda também teve de se apresentar seu o baixista por motivo de força maior. E por ultimo, fechando a noite com chave de ouro, a idealizadora do conclave faz as vezes com uma apresentação matadora e empolgante. A Honra, com o seu "MelodicThrashDeath" colocou o local do evento abaixo e manteve o público na mão com uma performática apresentação. 

Agressivos
Além das ótimas apresentações, uma coisa importante preciso ressaltar é a qualidade de som e a atenção dos operadores que lá estavam. Apesar de a acústica da casa não ajudar muito, tenho certeza que todas as bandas ficaram satisfeita com a aparelhagem disponível. Quanto a acústica, devido a casa de show ser razoavelmente espaçosa, o som, em alguns momentos, ecoava bastante. Provavelmente a ausência de um palco possa ter influenciado (em parte) nisso. 
Honra

Outro ponto importante que precisa ser citado é o fato de o local do evento ter sido alterado já no dia do show. Mesmo com tudo para não acontecer, o esforço notável da organização possibilitou que ocorresse tudo perfeitamente, mesmo com todos os indicativos de que seria ao contrário. 
No final, o evento se mostrou bastante positivo, com uma presença expressiva do público que não se deixou intimidar pelo dia chuvoso e pela mudança repentina de local. Com certeza um evento que será lembrado por todos os presentes por um bom tempo!

Para conferir mais fotos do evento, basta clicar AQUI.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

James LaBrie - Impermanent Resonance (2013)



É impossível se falar em James LaBrie sem associá-lo a sua banda principal que o consagrou como um dos maiores vocalistas do Metal Progressivo na opinião de alguns, e um dos piores na opinião de outros. E, verdade seja dita, quando se fala em Dream Theater e seus integrantes, o debate é extenso, acalorado e as opiniões divergem a níveis extremos.

Mesmo sendo odiado por muitos, LaBrie conseguiu e consegue se sobressair o suficiente para manter a sua carreira sólida e cada vez mais ativa. E desta vez, com o lançamento do seu terceiro disco solo intitulado “Impermanent Resonance”, ele também consegue mostrar que pode andar muito bem (absurdamente bem) com as próprias pernas, por assim dizer. 

Lançado no dia 29 de Julho na Europa e 06 de Agosto na América do Norte, “Impermanent Resonance” é, também, o segundo disco de LaBrie em parceria com o tecladista Matt Guillory, de modo que a fórmula continua basicamente a mesma adotada em “Static Impulse” de 2010, que mesclava pegadas agressivas de Metal moderno com melodias que grudavam facilmente na cabeça por um bom tempo. No entanto, aqui nós temos uma evolução natural, onde o que era bom ficou ainda melhor! 


Apesar de seguir a mesma proposta de seu predecessor, “Impermanent Resonance” ainda consegue surpreender e apresentar uma sonoridade mais madura e firme, mais coesa. Há mais espaço para experimentar e ousar; há mais sintetizadores e influências eletrônicas (o que não é algo ruim) e a agressividade está bem mais presente, sem deixar de lado as belíssimas melodias e refrãos grudentos. Neste álbum o que vemos é cada um dando o melhor de si e isso é possível perceber em cada faixa do registro. As linhas de guitarra de Peter Wichers (SOILWORK) e do italiano Marco Sfogli transbordam bom gosto, com Riffs rápidos e agressivos quando necessário, ou em linhas mais melódicas e calmas, sempre muito bem acompanhadas da execução precisa de Peter Wildoer que traz consigo toda a carga do Melodic Death Metal Sueco, tanto na Bateria quanto nos vocais guturais.

Falando em vocais, não se pode deixar de lado a menina dos olhos deste disco: As linhas de voz! Aqui, LaBrie nos entrega uma de suas melhores performances da sua carreira. Os arranjos de voz estão extremamente bem feitos, sem exageros e sem os habituais agudos estridentes que fazem com que muitos o odeiem no Dream Theater. Isso sem falar dos backing vocals feitos por Matt Guillory que dão um brilho especial às músicas. 

Ao todo são 12 canções muito bem compostas e produzidas, de forma que se torna uma tarefa quase impossível destacar alguma entre elas como sendo a melhor do disco. Mesmo assim, vale ressaltar a pesada “Agony”, que abre o álbum em grande estilo, a cadenciada “Slight Of Hand” com seu refrão marcante e grudento, as climáticas “Holding On” e “Lost In The Fire”, a agressiva “I Will Not Break” que quase se assemelha a um Thrash moderno e a belíssima balada “Say You’re Be Mine”.

Apesar de o mercado já estar saturado com o mais do mesmo, Impermanent Resonance consegue dar um novo fôlego ao gênero e mostrar que tudo que o Heavy Metal em geral precisa é de pessoas talentosas que não tenham medo de ousar e tenham paixão pelo que fazem.
Com este que já pode facilmente ser configurado entre os melhores lançamentos do ano, James LaBrie também pode se gabar de ter lançado um dos melhores trabalhos de sua carreira!