quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Entrevista com a banda Spreading Hate

Formada há cerca de três anos, os paulistanos da Spreading Hate vieram para mostrar que Melodic Death de qualidade não é apenas coisa de europeu! Com nítidas influências de bandas do gênero como Children Of Bodom, In Flames antigo,Kalmah, entre outras, eles conseguem mostrar um som maduro, técnico e agressivo sem cair nos clichês do estilo. Apesar do pouco tempo de existência, a banda recentemente lançou o seu primeiro ep, o ótimo Nightfall, de maneira independente no inicio do ano. É sobre esses e outros assuntos que eu falo hoje com o baixista Eduardo Ayres e o vocalista/guitarrista Renan Brito. 


TME: Pra começar, gostaria que falasse um pouco da história da banda. Como surgiu e sob quais motivações a banda nasceu?

Edu: Bom, tudo começou como uma brincadeira entre bêbados (rsrsrs). Em 2004 eu e Jeff começamos a tocar algumas musicas que gostávamos nos finais de semana, só para aprender musicas novas na guitarra e fazer um som. Depois, com a entrada do Bruno Matos na batera, colocamos o nome da banda de Death Unlimited e passamos a tocar musicas do Norther. Escolhemos o Norther por ser uma banda ainda não muito conhecida no Brasil e não queríamos tocar musicas que outras bandas cover já tocavam por aqui. Foi com essa idéia de fazer algo diferente que a Spreading Hate nasceu e, em 2007 com a entrada do Renan nos vocais/guitarra, é que foram surgindo as primeiras composições. Depois de um show em Sorocaba decidimos largar o cover que já estava limitando nosso potencial, ficamos parados por um tempo pra gravar - algo que foi bem difícil, pois gravamos e aprendemos a gravar tudo em casa. O ep ficou pronto em 2009, mas nossa divulgação do Ep foi interrompida com a saída do Bruno da banda. No final de 2009, Lucas entrou e, além de iniciarmos a divulgação/shows do ep, ganhamos uma força ainda maior.

TME: Com tantas bandas hoje em dia que seguem essa linha do “melodeath”, o que vocês acham que diferencia o som da Spreading Hate da maioria?

Edu: A primeira delas que é que somos daqui! O Brasil infelizmente ainda não teve muita evolução neste sentido e, além da Spreading Hate, existem poucas bandas que tocam esse gênero no país... A maioria está em projeto ou está evoluindo bem lentamente. Posso destacar duas bandas que considero as melhores até o moment:  Zilla de Brasília que, junto com o Spreading hate, é a banda que iniciou o estilo no Brasil, e All forms Of Agony de Taubaté - os caras mandam muito bem! A segunda e principal diferença de bandas do exterior é que o Spreading Hate conseguiu criar um som bem único graças à vasta quantidade de influencia que cada um possui.
  
TME: Uma coisa que eu gosto muito de saber é como funciona o processo de composição das músicas. No caso de vocês, há alguém específico responsável pelas composições das melodias e/ou letras, até que ponto cada integrante participa na construção das musicas, etc...?

Edu: o Renan é o talento por traz das composições, todos ajudam, mas a idéia inicial sempre vem dele

Renan: Bom, o Nightfall e as novas foram compostas por mim, instrumental e letras. O que costumo fazer é pedir para o resto da banda detalhar, opinar, concordar ou discordar. O Nightfall foi meio que sem pré-produção, do jeito que eu tinha feito foram gravadas as cinco músicas. Ao mixar o EP nós aprendemos bastante sobre questões de composição, algumas coisas estavam teoricamente erradas, mas mesmo assim, as cinco foram mixadas do jeito que estavam. Agora estamos tomando muito mais cuidado ao pré-produzir as novas músicas, observando cada detalhe para ficar uma ótima mixagem.

TME: A propósito, qual a temática das letras de vocês? Há algum tipo de conceito ou direcionamento que vocês sigam?

Renan: Sentimentos humanos, horror, fantasia, esoterismo, misticismo. Não nos voltamos a apenas um tema, são músicas que vem da alma, podem refletir coisas boas e ruins. São letras do tipo que cada pessoa pode entender de forma diferente.

Edu: Procuramos não colocar Política ou religião no meio das letras essa é nossa principal atenção.

TME: Como um fã de Children Of Bodom que eu sou, é quase que inevitável não fazer algumas comparações. Em diversas músicas há claras influencias do COB do inicio de carreira só que melhorado e sem teclados, sem falar de toques de In Flames de antigamente, Kalmah e algumas coisas de Mors Principium Est no vocal. Essa similaridade com bandas nesse gênero foi algo planejado pra atingir determinado público ou foi algo qua aconteceu naturalmente? E essas comparações chegam a incomodar vocês de alguma forma?

Edu: de forma alguma nos incomoda, muito pelo contrário! Ser comparado com essas bandas é mais que um orgulho para o Spreading Hate, mas como qualquer banda, o inicio é sempre bem influenciado e conforme as coisas andam vai tomando uma cara única. Isso está acontecendo com nossas novas musicas que estão muito foda! Aguardem!

TME: A Spreading Hate, apesar de ser relativamente nova, vem sendo alvo de boas críticas, ainda mais depois do lançamento do ep Nightfall. A que vocês atribuem esse crescimento tão rápido em tão pouco tempo?


Edu: Estamos divulgando o Ep a mais ou menos um ano e conseguimos muito reconhecimento do público e da mídia, creio que isso ocorreu pela sede que muitos brasileiros têm de ouvir Melodic Death de qualidade por aqui.
  
TME: Como tem sido a reação do público ao Nightfall? Correspondendo as expectativas, superando-as...?

Edu: O publico é insano! A galera que nos acompanha tem nos apoiado muito em todos os shows. Recentemente publicamos uns vídeos de shows em São Paulo, quem viu sabe que o Spreading Hate não é pra qualquer um (rsrsrsrs)

TME: Apesar de vocês ainda estarem em plena divulgação do Nightfall, há alguma pretensão de um próximo lançamento? Um álbum full, por exemplo?

Renan: Sim! Isso está acontecendo agora! Estamos arrumando as coisas para o início das gravações do nosso álbum, pretendemos lançar alguns materiais muito melhores em 2011 e nossas musicas novas estão em um nível muito maior que do nosso ep. Tenho certeza que todos vão gostar!

TME: Sabemos que hoje em dia, a melhor forma de divulgação pra bandas independentes é a internet. Mesmo assim, vocês optaram por fazer o lançamento de matrial físico. Vocês acham que ainda é viável investir em lançamento de cd, ep, singles, etc?

Edu: Sem duvidas a internet tem sido o principal canal de divulgação das bandas independentes atualmente e tem nos aberto algumas portas importantes para nossa divulgação. Além de disponibilizar o Ep completo para Streaming no Myspace, fizemos 200 copias físicas do Ep com encarte, letras fotos e o cd prensado de ótima qualidade. Para aqueles que nos apóiam, ter um material físico em casa é gratificante. Não ganhamos nada com a venda dos Eps, pois o gasto com tudo foi maior, mas não ligamos para lucro, queremos mesmo é fazer um trabalho bem feito pra quem nos admira e apóia nosso som.

TME: Ainda falando sobre divulgação online, esta semana eu vi o ep da banda pra download num blog. Como vocês encaram essa questão do download sem autorização da banda e como fazem pra lidar com isso?


Edu:  Na realidade o Download do Ep foi disponibilizado pela própria banda para todos que quiserem conhecer nosso som. Sabemos que o mercado musical não é dos melhores - principalmente no Brasil - e creio que devemos saber lidar com tudo isso para conseguir algum retorno positivo. Nosso Ep foi criado com a intenção de divulgar nosso material e quanto mais se espalharem esses downloads, mais gratos ficaremos J

TME: Pra finalizar, gostaria de saber quais os planos da banda para o próximo ano e o que podemos esperar da Spreading Hate em 2011?

Edu: 2011 promete ser o ano mais promissor da banda, com o lançamento do nosso novo material e shows muito importantes dentro e fora de são paulo sendo agendados. Pretendemos divulgar nosso som e ter o contato com a galera do Brasil todo! Vamos mostrar que não estamos pra brincadeira, você que acompanha nossa banda acompanhe as novidades que em 2011 vamos destruir tudo por aí!

TME: Muito obrigado pela entrevista. O espaço é  todo de vocês.

Edu: Quero agradecer a oportunidade desta entrevista e todos que tem acompanhado a banda. Como sempre digo nos shows: quem faz o cenário nacional evoluir são vocês!

Renan: Muitíssimo obrigado pela entrevista, Julio! É um prazer e uma satisfação! O Spreading Hate é muito grato pelo suporte! Até a próxima! 

A Spreading Hate é:

Renan Brito (Vocal e Guitarra)
Jeff Hita (Guitarra)
Eduardo Ayres (Baixo)
Lucas Cassero (Bateria)


Pra quem quiser conhecer melhor o som dos caras, taí o link: 

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