Apesar de não ter o costume de postar aqui coisas que não sejam relacionadas diretamente ao Rock/Metal, como estamos chegando no final do ano e eu estou livre das aulas por enquanto, resolvi publicar algumas das resenhas sobre filmes que tive que fazer neste semestre.
Pra começar, vou deixar aqui a primeira resenha que fiz para a matéria de Ética e Legislação: Trabalhista e Empresarial, da comédia nacional Caixa Dois. Além de um trabalho acadêmico, esta resenha é, também, minha opinião acerca do filme. Obviamente, a minha opinião não é absoluta, você pode discordar ou concordar comigo; mas antes sugiro que veja o filme (sugiro, mas não recomendo - pode ser uma experiencia dolorosa).
Baseado na peça homônima escrita
por Juca de Oliveira e dirigida por Fauzi Arap, que foi vista por um público
superior a um milhão e espectadores, o filme “Caixa Dois” tenta nos mostrar um
pouco da realidade brasileira através de uma fórmula já batida no cinema
nacional: comédia pastelão. O que não chega a ser um demérito tão grande, tendo
em vista que o enredo trata de um tema bastante delicado como é o caso da
corrupção.

Com um início confuso e mal
desenvolvido, após meia hora a trama se arrasta de maneira lenta e demora a
engatar o fator cômico a que se propõe; algo bastante negativo para um filme
tão curto (cerca de 1h15m).

Outro ponto crucial do longa é a
forma como é construído o embate entre o bem e o mal, o certo e o errado; temos
de um lado a família de classe média que, com muito esforço, paga as hipotecas
da casa própria, e do outro o banqueiro corrupto, ganancioso e dissimulado que
preocupa-se apenas com o seu próprio bem estar. Como mediador disso, um meio
termo para contrabalancear e estabelecer a ligação entra os dois mundos, temos
o recém demitido Roberto; o funcionário dedicado e esforçado que veste a camisa
da sua empresa com maior orgulho.
No final temos um desfecho já
esperado, onde a família e seus valores são enaltecidos (e “justamente”
recompensados) e o banqueiro ricaço e seus companheiros são,
de certa forma, condenados; sem esquecer também de valorizar o velho e já
mundialmente conhecido “jeitinho brasileiro”, com a alusão implícita ao antigo
dito popular de que “ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”.