sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Rhapsody Of Fire: The Frozen Tears of Angels

Após a paralisação de todas as atividades da banda em 2008 por problemas com o empresário, os italianos do Rhapsody Of Fire estão de volta a todo vapor com seu novo álbum intitulado “The Frozen Tears of Angels” lançado em abril de 2010.

Passaram-se aproximadamente quatro anos desde o lançamento do ultimo disco de estúdio, o diferente “Triumph or Agony”, porém, esse tempo e os problemas pelos quais a banda passou, parecem ter servido de inspiração na composição do seu novo trabalho.
Logo depois da introdução, "Dark Frozen World", somos bombardeados pela ótima "Sea of Fate" que certamente vai agradar os fãs mais exigentes da banda e ganhar novos sem muito esforço. Repleta de melodias marcantes e um refrão grudento, "Sea of Fate" mostra logo de cara o que podemos esperar das próximas canções, em se tratando de nível de composição. "Crystal Moonlight" vem logo em sequência e mantém o clima vindo da musica anterior. Além de criar uma atmosfera que nos faz relembrar de grandes sucessos da carreira do Rhapsody of Fire, ela também marca uma sutil, porém perceptível, mudança na sonoridade da banda. “Reign Of Terror”, a quarta faixa do álbum nos remete ao antigo Rhapsody, repleta de arpegios e corais marcantes pra nos lembrar a razão pela qual o Rhapsody of Fire se mantém como os reis do Epic Power Metal! Logo na sequência temos a belíssima “Danza Di Fuoco E Ghiaccio”, cantada em italiano com um folk típico da banda, que traz uma suave lembrança de álbuns como “Legendary Tales” e “Symphony Of Enchanted Lands”. “Raging Starfire” retoma o ritmo “power” ao qual já estamos acostumados. Numa quebra total de “clima” temos “Lost In Cold Dreams”, a única balada do álbum. “On The Way To Ainor” e a faixa-título “The Frozen Tears Of Angels” vem manter o equilíbrio. Com um power metal épico típico na primeira e outro mais cadenciado na segunda, a banda consegue manter-se fiel ao estilo que os consagrou e ao mesmo tempo arriscar novos caminhos. Destaque maior para “The Frozen Tears Of Angels” que em seus pouco mais de onze minutos sintetiza um pouco sintetiza um pouco do que foi feito durante o álbum, uma faixa digna que fecha o disco com chave de ouro.
No mais,  com “The Frozen Tears Of Angels”, o Rhapsody of Fire vem mais uma vez mostrar o motivo de serem considerados a melhor banda dentro do seu gênero e mostra que o tempo que ficou inativa não afetou em nada na sua criatividade!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

TME entrevista Alexei Leão (Stormental)

A banda Stormental surgiu na cidade de Florianópolis/SC há cerca de cinco anos. Mesclando o peso do Heavy Metal, a velocidade do Power e muitas partes intrincadas do Prog, a banda vem sendo rotulada como "Raw Prog-Metal" e já conta com duas turnês pela Europa, tocando em diversos países como: Alemanha, Bélgica, Holanda, Espanha, Polônia, República Tcheca e Eslováquia. Após passar o ano de 2010 sem atividades marcantes, a Stormental agora prepara o lançamento de seu novo disco intitulado “Perception Of The Other”. É sobre esse e outros assuntos que eu converso hoje com Alexei Leão, o vocalista da banda.

TME: Pra começar, eu gostaria de saber mais sobre a história da banda. Como surgiu a idéia de montá-la e qual a origem do nome Stormental?

Alexei Leão: O Stormental foi um projeto iniciado em 2005, por mim no vocal, meu irmão Andrei Leão no baixo e pelo Marcos Feminella na bateria, e concretizado em janeiro de 2006 com a entrada do guitarrista Rafael Scopel (substituído em 2008 pelo Hique d’Ávila). Todos tínhamos projetos anteriores com bandas de metal que nos deram experiência para iniciarmos algo novo. Queríamos um nome que tivesse ligação com o som que fazemos então surgiu Mental Storm, tempestade mental, mas para torná-lo original decidimos escrever junto e invertendo a ordem.


TME: Sabemos que a maioria das bandas que segue a linha do metal progressivo, na maioria dos casos, se inspira nas bandas mais conhecidas no gênero como Dream Theater, Symphony x, Pain of Salvation, entre outras. E por mais que se tenha personalidade, uma hora essas influências aparecem. Entretanto, o Stormental consegue fazer um prog mais diferenciado. Queria saber quais as bandas mais influenciam o Stormental? As bandas que admiram e o que serve de referencia pra vocês?

Alexei: Eu sou muito fã de DIO, Tony Martin e Bruce Dickinson, o baixista Andrei gosta do Joey de Maio e Les Claypool, o Marcos gosta de bateras mais clássicos como o Ian Pace e o Hique gosta de guitarristas tipo Paul Gilbert, Marty Friedman e Richie Kotzen. O som que fazemos surge de forma natural. Eu adoro escrever quebradeiras de tempo e várias loucuras, mas não ouço quase nada de prog em casa. Acho que influências sempre existem para qualquer músico, só que nem sempre aparecem explicitamente na música que ele cria.

TME: O Stormental é uma banda relativamente nova e, mesmo assim, já conta com duas turnês européias, passando por países como Alemanha, Bélgica, Holanda, Espanha, Polônia, República Tcheca e Eslováquia. Diga-nos como foi essa experiência, como foi conseguir atingir, em pouco tempo, um mercado tão cobiçado quanto o europeu?

Tour pela Europa em 2006
 Alexei: Cara... foi muito bom! Hoje em dia está cada vez mais difícil tocar no Brasil, tanto pelas distâncias, pela falta de apoio e muitas vezes falta de público e tudo mais. Acho que para nós é mais fácil, e bem mais lucrativo, marcar shows pela Europa. Lá a situação é outra, o pessoal tem mais grana, o público do metal é maior, as casas tem estruturas melhores e vários bares recebem apoio dos governos para se manterem, logo podem pagar melhor as bandas. Estar na estrada tocando é a melhor coisa do mundo e ter o trabalho começando a ser reconhecido no exterior é ótimo.

 TME: O Stormental vem se destacando principalmente por sua sonoridade. O peso do Heavy, velocidade do Power e muitas partes intricadas do Prog. Gostaria de saber como funciona o processo de composição de vocês. Quanto tempo em média leva pra compor e quando vocês consideram a música realmente pronta?

Alexei: A maioria das músicas são escritas por mim e os arranjos são criados por todos. Quanto ao processo em si, não existe uma regra, tudo depende do momento e da inspiração. Muitas vezes nossas músicas começam por uma letra, em seguida uma melodia de voz com harmonia, outras vezes surge um riff de guitarra e depois o restante vai se desenvolvendo... é bem variado no final das contas. Eu tenho ‘surtos criativos’ que aparecem de vez em quando, e nesses momentos eu consigo escrever várias músicas do começo ao fim em um único mês, mas às vezes fico meses sem inspiração e sem escrever nada. No Stormental consideramos uma música pronta apenas depois que ela teve sua versão final gravada, antes disso tudo pode mudar. (rsrsrs)

TME: A banda também vem sendo comentada por suas atitudes inovadoras e ousadas como, por exemplo, disponibilizar o primeiro álbum pra download e também os singles. Qual foi o principal motivo de vocês disponibilizarem o álbum totalmente grátis?

Alexei: Nós fazemos isso desde o início da banda, em 2006, quando muitos nem cogitavam essa hipótese ainda. Desde aquela época nós percebemos que pouca gente ainda comprava CD, que virou quase um item para colecionadores. Ele ainda é importante para dar credibilidade e tudo mais, mas é impossível lutar contra o mp3, então a melhor forma é usar o download a seu favor. Quanto mais gente baixar as músicas e conhecer a banda, mais shows faremos, pois tocar ao vivo é o principal motivo da banda existir.

TME: A propósito, deixar o álbum disponível gratuitamente não interfere na venda do material físico?

Alexei: Acho que não, pois quem gosta de ter o material físico ainda compra o CD, quem quer ter apenas o mp3 vai conseguir de alguma forma. Então achamos melhor que as pessoas baixem nosso material direto do nosso site oficial, onde a podemos garantir a qualidade dos arquivos.

TME: Vocês pretendem disponibilizar os próximos álbuns também?

Alexei: Sim, sem dúvida!

 TME: Falando em inovação, ano passado vocês realizaram o espetáculo “Perception Of The Other”, escrito em parceria com a Siedler Cia de Dança. Gostaria de saber de onde surgiu essa idéia de unir dança contemporânea e Heavy Metal?

Alexei: Eu escrevo trilhas sonoras para espetáculos de dança já faz algum tempo. E tenho uma parceria com a Siedler Cia de Dança desde sua criação em 2003. Escrevi as trilhas de todos os espetáculos dessa companhia, e sempre utilizei guitarras distorcidas e elementos do metal nas composições. A coisa toda foi uma evolução natural, escrevi a música In Front of You para ser usada num espetáculo deles e a partir daí vimos que as linguagens da dança contemporânea e o heavy metal casavam muito bem. O resultado foi o Perception of The Other.

TME: E como o público em geral reagiu essa mistura inusitada?

Alexei: Eu achava que boa parte do pessoal ficaria meio chocado, sem entender nada, tanto o público do heavy metal quanto o de dança, mas a resposta geral foi excelente. Estamos escrevendo alguns projetos para leis de incentivo a cultura, para circularmos com esse espetáculo, e daí poderemos avaliar melhor a reação de outros platéias. (rsrsrs)
 
TME: “Perception Of The Other” é também o nome do novo álbum de vocês que vai ser lançado junto com um DVD. Por acaso esse DVD vai conter alguma coisa desse espetáculo que vocês realizaram?

Alexei: Sim, com certeza. Junto com CD da trilha sonora vai sair um DVD com uma super produção da apresentação de estréia.

TME: No primeiro DVD vocês tocam uma música nova que fará parte do novo disco. Uma música que se mostra um pouco diferente do que vocês vêm fazendo. Ainda mais por ser a maior música da banda até o momento. Baseado nisso, o que podemos esperar desse novo álbum? As novas composições irão seguir essa linha ou a fórmula continua a mesma?

Alexei: Na verdade não trabalhamos com fórmulas, a gente escreve as músicas sem pensar no formato e tamanho que elas vão ter. Essa música nova, A Miserable Life, foi escrita para o Perception of The Other, que estávamos começando a trabalhar na época em que gravamos o DVD Mental Live Storm. Ela é realmente um pouco diferente de tudo que fazemos por ser mais prog e mais longa, mas ela saiu assim naturalmente. O que queríamos passar com ela, com a letra, naquele momento era aquilo mesmo. Mas, honestamente, ela não representa bem o que vai ser o CD do Perception of The Other, pois a maioria das músicas novas estão mais curtas, mais diretas e ao mesmo tempo bem quebradas.

 TME: Já há uma data especifica para o lançamento do novo material?

Alexei: Queremos lançar logo, mas acho que vamos esperar o começo do ano que vem para lançar.

TME: Pra finalizar, quais os planos da banda  para 2011?

Alexei: No ano de 2010 ficamos praticamente parados, demos um tempinho para voltarmos com fôlego e força total em 2011. Tudo o que fazemos é intenso então precisávamos dessa pausa. Em 2011 queremos fazer mais uma turnê na Europa e estamos agilizando para fazer a primeira pelo Brasil, divulgando o Perception Of The Other.

TME: Muito obrigado pela entrevista. O espaço é todo seu, fique a vontade.

Alexei: Muito obrigado ao Blog The Mind’s Eye e a todo mundo que leu até aqui. Esperamos poder tocar pelo Nordeste em breve. Muito metal na veia de todo mundo!!

A Stormental é:

Alexei Leão - Vocal
Andrei Leão - Baixo
Hique D'ávila - Guitarra
Marcos Feminella - Bateria